Este vai parco em letras, que ando em guerras, Senhores.
De tempo subtraído mais pelas grades em que se quer fechar Arte e História, que pela transformação do que já existe em coisas prontas a inventar.
Porque, Senhores, assim grito antes do remate da fórmula genuflexa do atenciosamente ou antecipadamente grata, mais valem cinco notas ao acaso de Bach que todas as palmas e ovações a um poder sem dimensão para o trono ou cátedra.
E mais valem dez gotas de um mar imenso no calor da pele que um aquário decorativo de sonhos amestrados.
Mais vale, que tudo o que passa sem rasto nem bondade, deixar adormecer uma árvore ao som do silêncio sussurrado que embala o peito. Há quem lhe chame paixão, amor ou cada vez mais desprezível loucura.
Um dia, se não fôr já hoje, hei-de-lhes dizer, Senhores e não a vós que sois sábios, mas a eles, narcísicos e deslumbrados pela carga de desconhecimento que transportam, que nada dói mais que o riso descarado de um palhaço.
Tal e qual e sem maquilhagem que (me) esconda a voracidade dos olhos.
Atenciosamente
4 comentários:
Senhora,
às vossas sábias palavras poderia eu talvez soluçar: Senhora, perdoai-lhes pois não sabem o que fazem.
mas, parece-me, eles sabem bem o que fazem. saberão porquê?
presentemente grato, antecipadamente grato.
atenciosamente.
Senhor,
eles sabem o que fazem embora me pareça que nem suspeitem os porquês porque são estes o principio de todas as ciências e artes.
Dito de outra maneira, é como se uma pessoa, ou coisa, existisse se nunca ter nascido.
Faltam-lhes as bases, os olhos, os ouvidos e demais sentidos para saber (quanto mais sentir) a história do mundo.
Senhor, sempre desconfio dos pensamentos engravatados: fica toda a imaginação, e toda a sensibilidade, presa algures no nó. Quanto melhor ele fôr feito maior o aperto.
Os meus sempre agradecidos respeitos.
Agora vim aqui e já me apetecia mudar a decoração mas ando nómada: Quixote na mão esquerda e Sancho na mão direita.
Mais uma vez vos direi que deixo para mais tarde a resposta às vossas missivas, nomeadamente à Bettips.
Abraços cheios do pó dos caminhos.
De vez em quando, sem pernas nos dedos para escrever/andar, venho por aqui ver vistas tuas e reler, que à 1ª vez tresleio. E porque será que tantos se apalhaçam?
Um dia hás-de dizer? Ah não, um dia FAZES, não digas, espinha, escarra, esmaga, espirra e ensina.
Bjinho da bettips
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