sexta-feira, 8 de abril de 2011







Estalagem das palavras cansadas


















...mas pronto...





sexta-feira, 1 de abril de 2011

Acontece que não consigo comentar nas outras casas e diz o computador, que é criatura de coração hipócrita, que lamenta o ,quando lhe dá para os rigores tecnológicos, que tem erro. Este vai, pois, em regime de rápida teimosia a propósito do acertado post pescatório da Bettips.


Pequeno exemplo de grito com adesivo na voz


E aqui entra um exemplo das brincadeiras que assassinam o futuro: ando desesperada a tentar salvar o que resta de um património português valioso,a que vou chamar Coisa, que um Mestre (agora reformado por cansaço de brincadeiras) e eu (não já menos cansada) descobrimos.


Tirámos até partes da Coisa que como um grito, deixou uma ponta a assomar no rebordo do contentor do lixo ( deve ter saído de um daqueles sotãos que Portugal tem , timidos para propaganda e cotação na Bolsa, mas muito ricos em História e interesse).


E lá vou eu, no activo, com um pedaço da Coisa, ter com um brincalhão que parece não ter história, nem pessoal nem outra, que encolhe os ombros e acaba por sorrir e me diz " isso é a sua costela inglesa, vocês é que têm a mania de guardar tudo".


E vou ter, qual varina de cesta cheia, com outra brincalhona.


Falo-lhe do pouco custo financeiro, até do alto valor estético e comovente, onde nem sequer eram supostos de existir, da Coisa. E responde-me, com o olhar congelado de quem tem aço nas veias, que essa da estética é para os artistas.


Note-se que quer um quer outro percebem tanto da Coisa como um juiz percebe de medicina, p.ex., e só se chega a eles depois de passar por 9 (nove) secretárias numa hierarquia imaginada por Kafka. Suponho.


Olhe que isto está ao nível do melhor que há no mundo...na Alemanha, em Espanha, nos EUA...


Mas de barco em barco, lá fica a Coisa como equilibrista ébrio na corda bamba:


pode ser que caia,


pode ser que se aguente,


logo se vê...


vai-se tratando de outras coisas... enquanto alguém propôe que a Coisa vá mesmo para a incineradora. Basta uma assinatura.


Uma,


porque, observo, a generalidade dos pescadores grandes que até estão ligados à Coisa, em vez de se juntarem no mesmo barco para a defender, ficam a brincar aos discursos de várias cores e feitios, cada um a querer um peixe maior que o outro, a medir forças, ajudados pelas queixinhas dos pequenos pescadores que, desse modo sussurrado e furtivo, até pode ser que consigam entrar num barco maior.


E eu lembro-me de como quando era miúda, os queixinhas eram tratados logo a “tapona nas ventas” e como agora levam louvores, circunstãncia muito triste e com graves efeitos secundários.


E se me for embora, neste particular, fica tudo a ver navios porque o Mestre e eu somos as únicas pessoas que percebemos da Coisa, ao contrário dos outros países que têm orgulho em ter muita gente entendida e gostam de mandar Coisas passadas e presentes para a digna morada do futuro.


A continuar assim, este desprezo endócrino pela água que alimenta e pelo apodrecimento dos remos, não vai demorar muito para que o mar encolha as ondas e abandone a terra que escolheu para dar brilho e saudar com ideia de imenso.


E no pó seco, morarão as lágrimas ocultas de todas as Coisas abandonadas.


Com a tristeza de nunca terem existido.











Senhor,


já que a caixa de resposta não funciona, aqui em negativo vos respondo.


Tanto riso me foi dado com vosso sapateado que logo vos imaginei em dança, ora num pé ora noutro enquanto a dizeis, assim meia cantada e bufona.


Senhor, não voteis em mim que não estou de campanha para assento na bananal república, vade retro que a tal não aspiro.


E Senhor, dissesse eu o teor da Coisa e mais valia botar-me exposta, em cartaz, no cume da estatuária cabeça de Marquês de Pombal, ali para os lados da Rotunda.


Permiti-me algum recato público.


Mas sempre vos digo que, estando entrevadinha das canelas e ancas que nem havia sapato que se me encaixasse, comecei a praticar um mester, lá nas terras de Espanha.


E um dia, em Portugal, foi-me dado convite para o praticar, não exactamente igual mas da mesma substância. E desde o ano passado, à volta do tal mister, fiz mais um desvio.


Não me tomando tal o coração nem a alma, que outros mesteres me tomam de maior paixão, tornei-me na sucessora de outros a laborarem na Coisa, apaixonados, desde os anos 20. E, calados de glória, que obra deixaram…, Senhor, para serviço de historiadores, investigadores e quejandos incluindo público geral.


Só em Harvard… Mas foi tal o desprezo a que foram eles e a Coisa votados, que havendo exposição internacional sobre Ela, Portugal ficou de fora como se não existisse.


Dos restos que salvámos, dei agora mostra a americanos e alemães ligados à Coisa e muito se espantaram pela ausência.


Mas sabeis, não dá para cortar fitas nem para colcha na janela nem para bandas ou conferências de imprensa e diz o Mestre Reformado que tem andado parca a cultura das gentes que nada liga a tudo quanto contribua para a História e o saber e sabe-se lá porque fatalidade quem manda não sabe nada sobre o que ordena.


Muita tragédia haveria para rir se tudo vos contasse pois se um que é do partido A, logo contraria a ordem que veio do que é do partido B, ou C ou D só porque sim.


E muda ministro e muda a ordem e tudo o que já estava feito é desfeito. Porque sim.


Senhor, mais fácil é brincar à macaca, ao elástico ou ao stop. Mas também… o que há a esperar, se palacetes riquíssimos junto à minha morada, onde viveram reis e rainhas, frescos e azulejos, caem a cada chuvada que passa, roídos por urtigas e outras mãos e mentes daninhas?


Perante a vossa confiança me curvo com respeito, Senhor.