Prosa assim em afonia temporária
a botar prosa conversada sobre a relação estreita que existe entre John Galliano,
Elizabeth da Áustria, mais conhecida por Sissi, a sua irmã gémea mais na alma do que no corpo conhecida por Romy Schneider,
tudo isto passando pela menina d´oiro da Dior , Natalie Portman, que, por acaso, foi a protagonista do filme Cisne Negro, o tal que esventra, em versão esquizofrénica, feridas comuns no Mundo do Ballet, porque na Dança Contemporânea as mazelas são outras, mas que podia ser metáfora do Mundo de Outra Arte Qualquer.
Claro que tudo isto está relacionado com a subida do preço do pão,
por o amor se tornar coisa formal, de protocolo antigo e motivo de comédia de riso enlatado,
por a suposta amizade ter facas egocêntricas nos dedos,
e mais tanta coisa vazia de tão cheia,
se calhar resumida no encolher de ombros orgulhoso do assassino de Sissi quando lhe perguntaram se era a ela que queria matar: “qualquer um servia”.
Enfim, todas as épocas têm tempos em que os pedidos de desculpas ao presente e ao futuro, em tudo, chegam tarde demais.
Faz de conta que ainda estamos à lareira.
Uma fantasia impossível para mim que, de tanto trabalho,
mal tenho tempo para avivar o tição de sobro que arde na laje antiga de tijolo burro, coitado, assim chamado gostaria eu de saber por que génio do ofício da alvenaria.
Imagino-me recostada, vestida com o meu amado roupão balzaquiano, em perfeita osmose com as almofadas que me preenchem os espaços vazios provocados pelas curvas do corpo ( passe a imodéstia),
Elizabeth da Áustria, mais conhecida por Sissi, a sua irmã gémea mais na alma do que no corpo conhecida por Romy Schneider,
tudo isto passando pela menina d´oiro da Dior , Natalie Portman, que, por acaso, foi a protagonista do filme Cisne Negro, o tal que esventra, em versão esquizofrénica, feridas comuns no Mundo do Ballet, porque na Dança Contemporânea as mazelas são outras, mas que podia ser metáfora do Mundo de Outra Arte Qualquer.
Claro que tudo isto está relacionado com a subida do preço do pão,
com os concursos televisivos em formato de sopa instantânea , com a emigração dos deuses para outras dimensões,
pelo corte de árvores, pelo espezinhar de flores e de seres discretos e invisíveis
por o amor se tornar coisa formal, de protocolo antigo e motivo de comédia de riso enlatado,
por a suposta amizade ter facas egocêntricas nos dedos,
corpos culpados
e mais tanta coisa vazia de tão cheia,
se calhar resumida no encolher de ombros orgulhoso do assassino de Sissi quando lhe perguntaram se era a ela que queria matar: “qualquer um servia”.
Enfim, todas as épocas têm tempos em que os pedidos de desculpas ao presente e ao futuro, em tudo, chegam tarde demais.
Vou então fingir que estou afónica, pelo que este, tirando este longo prólogo, mais uma vez vai ser falado por imagens que cada um ouvirá como lhe aprouver.
Assim como quem descreve as paisagens do pensamento.
Assim como quem descreve as paisagens do pensamento.
E dizia eu que:
enfim...
9 comentários:
Faz de conta
sim
que soltamos amarelos dos campos feitos pombas ou origamis
que olhos nos questionam e perguntas
por responder
o antigo ditador que tanto matou e o novo, que tanto afronta, todos juntos, eles e outrossim, quando fingidamente, as democracias dizem ohhhh... ou what? (se bem me lembro/lido havia "um campo de concentração modelo" o Theresienstadt ou serão poços de petróleo, pipelines apaziguadores???
serão só balas, senhores,
serão só eles, bandidos?)
E sobe o milho nos pombais, os títulos dos jornais e os juízes nos tribunais, melhores se internacionais.
Não prosa mas muita quadra.
Há dias assim, quadrados.
Bjs
Inocente? Quem ? Tu ?.... !
Ai a memória!...
Bettips:
pois, mudam-se os tempos mas as perguntas nos olhos vão sendo as mesmas e, para cúmulo da monotonia, as respostas também.
E em todos os tempos há pessoas que fogem à massa que se quer uniforme e de pensamento alinhado e se refugiam em reinos onde se recriam e inventam a beleza que as alimenta, as enlouquece e por vezes mata.
E quando aparece o húmus, quando os deuses morrem,quando sobe o preço do gasóleo, lá se arranjam uns bodes expiatórios.
Wagner e Galliano encontram-se: dois talentos a quem, coitadinhos a personalidade prega partidas.
(adorei ouvir uma locutora da tv referir-se a Natalie Portman como "a judia". Diria de Tina Turner a "preta"?):)
Mas enfim, pronto, continuamos à lareira com uma bocadinho de coscuvilhice à mistura:
aquilo do Galliano é da mãe ser espanhola....ora, no estado em que a Dior está...não, não, a Sissi encomendou ao pintor....ai filha, seis horas para lhe aprontar as tranças...beber vinagre? Credo, cruzes...não foi nada disso, a sogra, mãe do Francisco José...foi o que a mãe da Romy fez....o Visconti? Na, na!...cá se fazem cá se pagam...queres mais chá?...isso foi o Garibaldi:
"enforcar o último rei nas tripas do ultimo padre"
...olha que deve ter dado uma morta bonita...e a obcessão pelos cavalos...isso é um mito que foi aproveitado pelos hungaros...o Dior? Não! A propósito, hungaros leva acento?... Isso é quando pego no Rocinante e vou para Castela... ou para a praia…
Beijinhos
Emma:
oh ressuscitada que me surges por entre a bruma da memória...
porque a inocência, essa, aqui onde me lês, nunca a perdi por mais livros da Edith Wharton que leia...por mais Wagner que esmifre,ai, malditos ataques de riso que me traem a pureza (com s ou com z?).
E por memória, vê lá tu que fiz uma viagem nocturna, eu cheia de sono e muito cansada e a embirrar com as combinações numéricas de Bach:2,5,6,8 não me soava bem e, depois, estava eu já a dormir a sesta ao sol e preguei um pulo: 2, 5, 7,7,7 e 8 com 2 suspenso, coño é o 7!
Bem gostava eu de me lembrar de tudo como se me fez clara esta combinação de tempos...bem recomendam os ingleses: sleep on it!
Como fazia o Churchill, o tal que até a dormir fumava, ainda mais que eu.
Mas infelizmente, às vezes, sabe lá uma pessoa se está a dormir ou acordada...
Oh, quão triste e severa é a sorte dos inocentes...oh...
Senhora,
é na verdade um desfiar de desgraças, como ir resando pelas contas de um rosário do inferno...
e, Senhora, lastimo sinceramente a vossa falta de tempo para a agradável fantasia da lareira. mas, tendes certamente outras compensações, pois julgo ter descortinado ao longo do tempo que vos visito, o prazer que vos dá aquilo que fazeis profissionalmente. e espero, por mim, mas principalmente por vós, não estar errado.
os meus respeitos
...ó psst, não vale mudar as figurinhas a meio do filme! Chego aqui e digo "estou xéxé - chichi - ou ela mudou as máscaras de sítio?"
E estas coisas de coscuvilhices de famílias, das antes e das depois, são favas contadas, todos as temos e todos já as comemos. Neste caso do Galliano, já o bebemos que a pessoa com uns copos a mais até coisa e tal, quem não se perde ou perdeu por uma farda? aqueles dourados, as medalhas, os heróis do mar nobre povo...
Haja decoro que é uma coisa pouco em voga.
E húngaros leva assento, se a gente se assentar com um cafézinho e uns bolos daqueles piquenos e muito bem apresentados que cá no Porto se chamam "húngaros".
E hei-de procurar a lenda índia:
"Índia seus cabelos nos ombros caídos
negros como a noite que não tem luar
seus lábios de rosa para mim sorrindo
a doce meiguice desse seu olhar..."
Curioso, que quando ouvia esta canção de que gostava muito (aos 5/6 anos???) sabia pouco do mundo e só conhecia a Índia do mapa e os índios dos livros de cowboys. Só passado uns anos descobri outras "índias".
A propósito, conheces o livro de
Gonçalo M. Tavares
"Uma Viagem à Índia"? - a ter, lendo aos poucos e a meditar nas lonjuras de nós todos.
Bjinhos
Senhor:
perdoai se vou comendo mas faço-o de boca fechada.
Quanto a compensações profissionais, sempre vos digo que profissões são duas: uma ligada principalmente a Espanha e parecida com o prazer da lareira, outra portuguesa parecida,agora, com o rosário do inferno.
Quando aqui cheguei, cá estava a gente aberta que já se reformou por idade ou falta de paciência.
Com eles (uns de esqª outros de dtª),arrumei a casa, tentei meter, naturalmente, a lareira onde nunca ninguém tinha pensado que cabia.
Chamaram-me "lufada de ar fresco" além de uma alcunha carinhosa e risonha.
E falo de pessoas com reputação internacional, de hierarquia flexível assente no respeito.
Depois vieram os novos, numa fasquia entre vinte e tal e quarenta anos. Que são todos licenciados e sisudos. Ai, tanto doutor. E mimados.
E que estabelecem uma hierarquia rígida baseada no medo porque o respeito não lhes foi ensinado.
Aliás, nem cumprimentam quem está "abaixo". Nem seguram a porta a quem vem atrás. E por aí fora.
Não ligam à lareira porque nem sequer a conhecem e as excepções dentro do estrato etário são desprezadas.
Parecem crianças a brincar aos executivos dos anos 80.
Educam os filhos por manuais e de forma ligeiramente nazi.
Gozam se há amor latente e vivo entre pessoas.
Portanto, Senhor, estais e não estais errado.
E não tardará que junte as reformas todas a ver se dá para me dedicar completamente às sementeiras da lareira. Quando me apetecer semear.
Como aconteceu aos meus pares espanhóis, ingleses e americanos que, em média,só têm mais dois anos que eu.
Enfim...os portugueses não conhecem o desgaste rápido a não ser na bola.
Os meus mais respeitosos respeitos.
Ps: quereis um bocadinho de pizza?
Bettips:
queres uma maçã da horta, daquelas que têm sabor e cheiro a condizer com o nome?
Pois que ainda não li esse livro, e agora por causa dos prazeres à lareira ando com outras febres leitoras e de lápis na mão mesmo quando ando por outros ofícios.
Quanto a índios e suas histórias, terá que ficar para a semana, se conseguir, lá no outro sítio.
Iremos então lá para as bandas frescas do Alaska.
E por acaso, como criador, até bebo imenso do Galliano e da sua equipa (que inclui muita gente como com todos os Gallianos)muito embora esteja a ser ultrapassado, em qualidade, na minha opinião, por alguns espanhóis de sangue mais sábio, quente e terreno com heróis do mar à mistura.
A relação que tenho com ele e com o Wagner (este só em algumas grandes e imensas peças) e outros é admirá-los esquecendo-lhes os meandros obscuros de uma certa patifaria.
Acho graça que a Natalie Portman lhe tivesse entornado o copo e o verniz numa só estocada.
Nesse ponto, talvez me sentasse ao colo do Brahams, do Miró, do Klee (exemplos) e adormecesse a cabecinha no embalo dos seus ombros. O Chopin estremece muito por causa da tosse.
E essa coisa das fardas, olha que qualquer dia ainda boto prosa.A farda é coisa que faz milagres quando tudo o resto falha.E que ligada está ao chamado "eterno feminino"...
Se tiver tempo ainda dou volta às figurinhas. A culpa é minha, não és tu que estás xé-xé. Eu gosto é de filmes vivos e apetece-me mudar de cenas,sei lá...
anda tanta gente a dizer-me para deixar de fumar que não resisti a, através das figurinhas, fazer um elogio do tabaco.
Até aceito um húngaro mas com chá que o café não entra nos meus apetites.
Embora não seja muito apreciadora de música brasileira, confesso,essa da índia me ficou eternamente no ouvido e até sei que quem ouvi foi a Gal Costa dos grandes cabelos. Foi ou não foi?
Bjs
tenho também, por vezes, vontade de modoficar a casa, alterar e trocar móveis e pôr aqui e tirar dali...
Senhora,
tenho ouvido dizer que o artista nunca está satisfeito com a sua obra e ao correr do tempo vai sempre querer modificá-la, nunca a considerando pronta.
pode ser, e é certo, que isso aconteça por vezes, mas não acredito que sempre, nem na maior parte das vezes.
que infelizes se sentiriam os artistas se sempre achassem as suas obras inacabadas e sem conseguirem exprimir o que queriam transmitir.
mas por vezes acontece e procede-se às alterações que se sente serem necessárias...
bem, sem pés nem cabeça, não era bem isto que queria escrever mas fica assim.
aceitai, senhora, os meus respeitosos cumprimentos.
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