A birra do espelho de Zeus
Excerto, modificado para post, de uma modesta homenagem aos artistas que não se sentam em cadeiras enquadradas.
A Vassoura legisla sobre Artes arrumadas.
Sobre o que o público há-de perceber.
Poderia descrever a argumentação em como sempre se misturaram. De forma mais ou menos explicita e coordenada.
Com excepção de alguns sectores no séc.XIX. Mas isso é outra história.
Saberão os detergentes e acessórios quem foi Elizabeth the First e outros afins?
Wagner? Isadora Duncan? Meros exemplos de nomes sonantes. Não me apetecem aqui listas.
Mas há deuses que olham de frente e outros que se esqueceram de criar os olhos.
Poderia descrever como lhe fomos respondendo que a Arte não é sonho ou grandeza que se domestique. Que se recomende. Que se enquadre.
Caravaggio foi proscrito, depois reabilitado.
Beethoven rasgou a página em que dedicava a terceira sinfonia a Napoleão. O que hoje é revolucionário, torna-se conservador amanhã. Ou Kitsch. Ou Novo Rico mau imitador.
Rodin foi publicamente humilhado quando expôs o seu monumento ao Balzac de roupão, no certame promovido pelas sentadas entidades publicas, governantes e académicas. (Desculpem-nos mas achamos uma das mais expressivas e...dançaveis esculturas de todos os tempos )
E, em nome do serviço ao gosto popular, Isadora Duncan, para que nem ela nem a família morressem à fome, dançou peças hipocritamente eróticas.
Mas não foi por isso que ficou para a História.
Pois não.
Abreviando, poderia descrever como lhes explicámos que face ao fedor amoniacal do tira-nódoas, Arte Degenerada, se abriram janelas que nem Hitler nem Estaline, nem outros, conseguiram fechar.
A ventania foi demasiado forte para suportar obstáculos.
O vento sofre de impaciência crónica.
.
Porque é outra característica da Arte, a Grande: não tem fé nos deuses que chantageiam.
E mesmo quando a enclausuram, ou sobretudo porque é enclausurada, respira com pulmões que não suspeitava ter. Recria-se num oxigénio teimoso e diferente.
Mas enfim, azar o nosso que caímos num armário que provoca dores de cabeça à História.
Perdão…quem era esse? Gestor?
Shampô, preferimos o Ruskin!
Cita lá, Árvore, que tens boa memória, mostra lá que também sabes citar:
As grandes nações escrevem as suas autobiografias em três manuscritos: o livro dos seus feitos, o livro das suas palavras e o livro da sua arte. Não se pode entender nenhum desses livros sem ler os outros dois mas, dos três, o único fidedigno é o último.
Ora tome e peça ao gestor que faça as contas!
Excerto, modificado para post, de uma modesta homenagem aos artistas que não se sentam em cadeiras enquadradas.
Poderia descrever como, olhando-o, me ocorreu, em imagem súbita e não controlada, uma embalagem de Shampô contra a caspa. Daqueles cheios de zinco. Mais tóxicos que terapêuticos.
Vá-se lá saber porquê, quando conheço uma pessoa e me faz lembrar produtos de limpeza, já sei que está do outro lado da fronteira do meu mundo.
Do nosso mundo, já que eu, talvez banco de jardim, estava acompanhada por uma árvore, por uma brisa, por uma onda. O mar entrou depois.
Poderia descrever, detalhadamente, como o Shampô falou de si, da sua capacidade de tomar decisões sem o conflito da hesitação, sem a angústia da provável má consequência.
Há pessoas assim: já nascem talhadas para carimbar a História.
Espelhos de Zeus no Olimpo.
Mitologia ao serviço da própria fome diária de grandeza.
O Shampô tem diabetes de glória. Está dependente da insulina de poder.
Poderia descrever o modo como desfiou citações: espécie de pensamentos emprestados.
Poderia descrever como o Shampô defendeu que todos os criadores devem criar para o Povo.
O Shampô fala do Povo como sendo o seu animal doméstico.
A alma tem o dom de se inventar. E a invenção pressupõe criatividade. E diferença.
Embora os desinfectantes gostem de falar no “enquadramento” asséptico da sua sala , há sempre bactérias dionisíacas, risonhas, afoitas, irónicas, tristes, atemporais, intemporais, que infectam as paredes.
Poderia descrever a forma como a colega do Shampô, a que me parece uma Vassoura, decidiu recomendar que não se misture a Dança com Arte nenhuma. Nem com Oficio.
Nem com Moda, nem com Literatura, nem com Pintura, nem com Arquitectura. Nem com Antes nem com Depois.
Apenas com Música. Feita à medida, claro.
O público não percebe como se pode dançar o silêncio.
Vá-se lá saber porquê, quando conheço uma pessoa e me faz lembrar produtos de limpeza, já sei que está do outro lado da fronteira do meu mundo.
Do nosso mundo, já que eu, talvez banco de jardim, estava acompanhada por uma árvore, por uma brisa, por uma onda. O mar entrou depois.
Poderia descrever, detalhadamente, como o Shampô falou de si, da sua capacidade de tomar decisões sem o conflito da hesitação, sem a angústia da provável má consequência.
Há pessoas assim: já nascem talhadas para carimbar a História.
Espelhos de Zeus no Olimpo.
Mitologia ao serviço da própria fome diária de grandeza.
O Shampô tem diabetes de glória. Está dependente da insulina de poder.
Poderia descrever o modo como desfiou citações: espécie de pensamentos emprestados.
Poderia descrever como o Shampô defendeu que todos os criadores devem criar para o Povo.
O Shampô fala do Povo como sendo o seu animal doméstico.
O Povo paga as dízimas para ter entendimento imediato das obras.
Já toda a gente sabe que a sabedoria trás infelicidade.
Quem pergunta, pode não ter a dose recomendada de felicidade.
E a curiosidade mata o gato.
Porque o gato nunca mata a curiosidade.
Citando Abelardo, que também sabemos pedir sabedoria emprestada, neste caso a medievais, hei-de compreender para crer.
Poderia descrever como o Shampô, o Limpa vidros, o Creme Multi-usos com histérico aroma floral e a Esfregona recauchutada, expõem os seus princípios contra o hermetismo da Dança Contemporânea. E de todos os contemporâneos artísticos em geral.
O Povo gosta de ver o artifício das pontas. Ponto final parágrafo.
Nós também. Ponto de exclamação.
Até achamos que na impossibilidade de viajar no tempo e ir ver o Lago dos Cisnes ou a Giselle, como vamos aos Museus ver artes mais estáticas, ou lemos livros de antanho, tais pontas e histórias devem ser vistas e apreciadas. É Arte Maior. Admiramos quem para elas trabalha.
Mas somos como aquela mãe anónima a quem perguntaram como conseguia dividir o amor pelos filhos. Respondemos, como ela, que o amor não se divide: multiplica-se.
No nosso mundo, não nos resumimos ao determinismo do OU...OU.
Disse o Shampô que o Ballet é a essência da dança.
Respondemos-lhe que é um honrado capítulo.
Um capítulo geométrico numa pauta harmónica fixa. Uma beleza que obedece a leis.
Porque a dança, no seu todo, sempre existiu onde existem corpos que reagem a ritmos ou emoções. Privadas ou colectivas.
É a dignidade e a necessidade maior de utilizar o corpo como expressão.
Como instrumento que se toca com os dedos da mão da alma, dos sentidos.
Com técnica que serve os propósitos.
Com simbolos que se conjugam até se tornarem numa linguagem. Autónoma.
Ou, como diria Nietzsche, que isto das citações é contagioso, é o corpo como forma de encontro entre a cultura e a natureza.
E cada Tempo tem a sua expressão. Porque o Tempo muda. Como vai mudando a forma como se expressam as emoções.
Já toda a gente sabe que a sabedoria trás infelicidade.
Quem pergunta, pode não ter a dose recomendada de felicidade.
E a curiosidade mata o gato.
Porque o gato nunca mata a curiosidade.
Citando Abelardo, que também sabemos pedir sabedoria emprestada, neste caso a medievais, hei-de compreender para crer.
Poderia descrever como o Shampô, o Limpa vidros, o Creme Multi-usos com histérico aroma floral e a Esfregona recauchutada, expõem os seus princípios contra o hermetismo da Dança Contemporânea. E de todos os contemporâneos artísticos em geral.
O Povo gosta de ver o artifício das pontas. Ponto final parágrafo.
Nós também. Ponto de exclamação.
Até achamos que na impossibilidade de viajar no tempo e ir ver o Lago dos Cisnes ou a Giselle, como vamos aos Museus ver artes mais estáticas, ou lemos livros de antanho, tais pontas e histórias devem ser vistas e apreciadas. É Arte Maior. Admiramos quem para elas trabalha.
Mas somos como aquela mãe anónima a quem perguntaram como conseguia dividir o amor pelos filhos. Respondemos, como ela, que o amor não se divide: multiplica-se.
No nosso mundo, não nos resumimos ao determinismo do OU...OU.
Gostamos mais da continuidade e liberdade e evolução dadas pelo E...Y...AND...ET...UND...
Disse o Shampô que o Ballet é a essência da dança.
Respondemos-lhe que é um honrado capítulo.
Um capítulo geométrico numa pauta harmónica fixa. Uma beleza que obedece a leis.
Porque a dança, no seu todo, sempre existiu onde existem corpos que reagem a ritmos ou emoções. Privadas ou colectivas.
É a dignidade e a necessidade maior de utilizar o corpo como expressão.
Como instrumento que se toca com os dedos da mão da alma, dos sentidos.
Com técnica que serve os propósitos.
Com simbolos que se conjugam até se tornarem numa linguagem. Autónoma.
Ou, como diria Nietzsche, que isto das citações é contagioso, é o corpo como forma de encontro entre a cultura e a natureza.
E cada Tempo tem a sua expressão. Porque o Tempo muda. Como vai mudando a forma como se expressam as emoções.
Embora os desinfectantes gostem de falar no “enquadramento” asséptico da sua sala , há sempre bactérias dionisíacas, risonhas, afoitas, irónicas, tristes, atemporais, intemporais, que infectam as paredes.
A individualidade ainda não é feita por molde. Credo. Nem por pensamento uníssono. Vade retro.
E o movimento é contrário à arrumação certa da simetria.
E o movimento é contrário à arrumação certa da simetria.
Poderia descrever a forma como a colega do Shampô, a que me parece uma Vassoura, decidiu recomendar que não se misture a Dança com Arte nenhuma. Nem com Oficio.
Nem com Moda, nem com Literatura, nem com Pintura, nem com Arquitectura. Nem com Antes nem com Depois.
Apenas com Música. Feita à medida, claro.
O público não percebe como se pode dançar o silêncio.
A Vassoura legisla sobre Artes arrumadas.
Sobre o que o público há-de perceber.
Poderia descrever a argumentação em como sempre se misturaram. De forma mais ou menos explicita e coordenada.
Com excepção de alguns sectores no séc.XIX. Mas isso é outra história.
Saberão os detergentes e acessórios quem foi Elizabeth the First e outros afins?
Wagner? Isadora Duncan? Meros exemplos de nomes sonantes. Não me apetecem aqui listas.
Mas há deuses que olham de frente e outros que se esqueceram de criar os olhos.
Poderia descrever como lhe fomos respondendo que a Arte não é sonho ou grandeza que se domestique. Que se recomende. Que se enquadre.
Caravaggio foi proscrito, depois reabilitado.
Beethoven rasgou a página em que dedicava a terceira sinfonia a Napoleão. O que hoje é revolucionário, torna-se conservador amanhã. Ou Kitsch. Ou Novo Rico mau imitador.
Rodin foi publicamente humilhado quando expôs o seu monumento ao Balzac de roupão, no certame promovido pelas sentadas entidades publicas, governantes e académicas. (Desculpem-nos mas achamos uma das mais expressivas e...dançaveis esculturas de todos os tempos )
E, em nome do serviço ao gosto popular, Isadora Duncan, para que nem ela nem a família morressem à fome, dançou peças hipocritamente eróticas.
Mas não foi por isso que ficou para a História.
Pois não.
Abreviando, poderia descrever como lhes explicámos que face ao fedor amoniacal do tira-nódoas, Arte Degenerada, se abriram janelas que nem Hitler nem Estaline, nem outros, conseguiram fechar.
A ventania foi demasiado forte para suportar obstáculos.
O vento sofre de impaciência crónica.
.
Porque é outra característica da Arte, a Grande: não tem fé nos deuses que chantageiam.
E mesmo quando a enclausuram, ou sobretudo porque é enclausurada, respira com pulmões que não suspeitava ter. Recria-se num oxigénio teimoso e diferente.
Mas enfim, azar o nosso que caímos num armário que provoca dores de cabeça à História.
Perdão…quem era esse? Gestor?
Shampô, preferimos o Ruskin!
Cita lá, Árvore, que tens boa memória, mostra lá que também sabes citar:
As grandes nações escrevem as suas autobiografias em três manuscritos: o livro dos seus feitos, o livro das suas palavras e o livro da sua arte. Não se pode entender nenhum desses livros sem ler os outros dois mas, dos três, o único fidedigno é o último.
Ora tome e peça ao gestor que faça as contas!
15 comentários:
Talvez fizesse bem ao ZincoZeusAntiCaspa ler este teu blog...talvez a vassoura, depois...
Bom fim de semana, coño!
Beijos
Arábica:
eu cá tinha as minhas razões: quando olhei,a partir de um plano mais elevado, de pé, para os ombros do shampô, coño, tinha neve nos ombros:))
A intuição chega onde os olhos não alcançam.
O zinco não tem tempo para ler coisa nenhuma porque tem passado uma telenovela a dançar de cadeira em cadeira, actividade que, aliás, tem estado muito na moda (moda com minúscula). É tudo uma questão de estofo da dita.
A vassoura até vassourava bem quando estava numa casa pequena. Depois mudou-se para uma grande. Tornou-se chefe de todas as vassouras.
Não sabe é distinguir um chão de soalho de um de tijoleira.
Então, em vez de dizer que uma das vassouras subordinadas precisava de mudar de cerdas, achou melhor mudar o chão todo.
O chão, que não foi posto ontem, cheirou-lhe a ácido, levantou-se e foi-se embora. Por incrível que pareça, o chão também se move.
E não quer parecer uma manta de retalhos ou casa de empreiteiro, daqueles que aproveitam as sobras.
O zinco e a vassoura vão ter uma sala nobre, para receber as visitas, em terra batida e é tal coisa produtora de muito pó e cotão. As visitas vão achar que a vassoura é pouco asseada.
O chão empilhou-se todo porque já tem umas camionetas de mudanças a chegar para ser levado para outras casas.
A vassoura também se meteu com os guarda-fatos da casa grande. E muitos guarda-fatos também já estão nas camionetas das mudanças.
Daqui a pouco, a vassoura está virada ao contrário atrás da porta, a pedir ao Stº António, à Macarena, ao Stº Isidrio, à Sta Guadalupe, que lhe ache o que ela perdeu.
E agora vou mudar as imagens:))
Obrigada,besos, coño!
Coño digo eu: no meu comentário de resposta ao teu, também falo de transportadores e até de camiões tir. Coño que isto é telepatia ou quê? Eu espero que o povo nunca seja o animal de estimação e bem domesticado de vassouras estouradas. Embora por vezes veja, acredite que sim. Todos os séculos nos trazem exemplos desses. Mas lamento muito, porque nenhum povo, de nenhuma latitude ou bandeira merece tal sina e sorte, da mesma forma que nenhum chão de madeira e tábua corrida merece produtos abrasivos...
Pois que se mudem as fotos...
Penso que já estás recuperada.
Mais beijos.
Arábica:
isto da necessidade de transportes para as artes (e designs) é história que se vem repetindo ao longo do séc. XX, como consequência de males maiores. Claro que aqui os males podem ser relativos consoante as opiniões.
Isto seria uma conversa muito longa e, talvez, recheada de factos incómodos.
Por isso só digo que deve haver liberdade criativa, desde que não se ofendam dignidades ou integridades físicas de pessoas ou animais.
E o povo que escolha. Porque vendo ou lendo vai pensando. Escolhendo.Exigindo. Ou seja,conhecendo, pode escolher o tipo de chão que quer para casa. E até pode querer um tipo para cada divisão porque há coisas que se complementam não se excluindo mutuamente.
Já mudei mais imagens.:))
e se, depois de almoçar, dormir uma sesta de meia hora, sentir-me-ei muito mais recuperada.
Adoro a recuperação das sestas, oh como recuperam...:))
Nem me fale de povo, minha cara...!
Venho dele e dele sou, facto que por si só, provávelmente me inibiu e limitou, amiudadas vezes as escolhas, ao longo da vida.
Não só de chão ou de vassouras ou dos perímetros domésticos, bem como no campo vastissimo das artes.
Felizmente vai-se, ainda que lentamente, evoluíndo, metendo o nariz aqui e ali (já sabe que o povo gosta e sempre gostará de meter o nariz em todo o lado) e dessa forma conhecendo para mais tarde enumerar e nomear, conhecendo as diferenças.
Infelizmente, os do povo raramente podem dormir sestas e quando o fazem, penitenciam-se pelo tempo perdido. Ainda não ensinaram ao povo a beleza das sestas, sabe?
Olhe, por exemplo, o meu caso: fizesse eu uma sesta e não veria as suas magnificas fotografias, já viu? ;))
Lá teria que me penitenciar.
´:)))
Náná:
pa já tenho montes de pena que o povo não durma a sesta memo acordado!
Eu durmo imenso com os olhos abertos, tá ver?
Se a menina tivesse nascido no meio de uma festa como eu tamem dormia como eu!
Por acaso o Churchill tamem domia assim. Acho que o Mário Soares tamem. Vi uma vez em Madrid ele com cara de ver nada. Tava a dormir. A gente conhece imenso os congéneres de sono, sabe?
Toda a gente fala imenso e não ouço patavina. Às vezes dão-me com o cotovelo ou com o pé. Peço imensa desculpa por estar distraída.
Tá ver? qualquer dia ainda tenho um ataque de coração pu acordar assim sobressaltada a meio da tarde.
E depois morro de olhos abertos. Acho péssimo e inestético.
Uma pessoa deve acordar sempre de olhos fechados. Nunca vi ninguém bocejar com os olhos escancarados.
Que conversa mais parva.
Mas acordei agora!
Ainda bem que apesar de mal nascida gostou das imagens. Pois! Pois, pois.
Acho essa coisa da penitência imenso kitsch. Usa-se mais foliar.
Grata!!
(tão gira!!!!)
Foliar uso e abuso quando tenho um dia de folga (muito raramente) tratando-se de penitência... não será mais esfoliar? :)
Arábica:
Esfoliar faz-me mais lembrar creme Nívea ou gel de banho à venda nas farmácias.
Penitência não será mais descascar (batatas, cenouras, amendoins...sentada na cozinha ou a ver se o Epitáfio sempri vaí si separá de Roberta Maiúscula purr está mórrendô dji paixão purr Anacletá Purina?
Alien8 entra pela esquerda alta e procura angustiadamente na prateleira inadequada a inexistência de champôs de zinco.
E viu que estava bem.
Chega-se à boca de cena e medita em quantas citações já utilizou. E, quando ia considerar que pedia demasiados pensamentos emprestados, lembra-se de que a ilustre e mui douta e mais degenerada ainda autora do post também as empregou.
E viu que não estava mal.
Procurou com o olhar carimbos que se aplicassem à História, e a aplacassem, mas apenas descobriu um velho carimbo de tempos algo anteriores às novas tecnologias.
E viu que estava bem.
Olhou-se ao espelho imaginário mas real, adereço inventado pela necessidade do comentário, e não enxergou Zeus nem divindades congéneres.
E viu que não estava mal.
Meteu a mão direita numa caixa de conjunções coordenativas não correlativas copulativas e encontrou-as em línguas suficientes.
E viu que estava bem.
Verificou a capacidade de abertura das janelas e deitou um olhar tímido ao pulmão artificial.
Satisfatório.
Foi só então que releu o post com a atenção devida, e exclamou para si próprio vários tons de coño enquanto mirava as imagens.
E viu que o post estava muito bem. Se o povo o compreenderia ou não, isso é outra história. Alien8 compreendeu e acenou que sim, senhora. Quase o carimbava, mas o tal carimbo não servia. Manifestamente.
Não encontrando no momento citação adequada, limitou-se a sorrir, estratagema que já por várias vezes se lhe tinha revelado útil e eficiente.
Fez a vénia facultativa e saíu pela esquerda baixa.
Bastante satisfeito, dizem.
Alien:
a autora está tão maravilhada com o que acabou de ler no comentário que te vai responder na 2ª.
Agora cita coño, e vai a correr que já é grande, tão grande o atraso.
:))
Bom fim de semana
Zizzie, tudo quanto é exagerado, é penitência e tanto o é nas questões metafisicas das cascas de batata descascadas e caídas como por milagre num saco de lixo, como nas questões elaboradissimas de ingredientes de elevado grau de eficácia nas esfoliações. Para não falar quando, em míudas caíamos e esfolávamos o joelhito... ;))
Porque será que a uns são dadas umas e a outros, penitências de grau e carácter tão diferente, não o sei eu.
Conseguiu Isadora Duncan libertar-se das suas? Não sei. Em busca de resposta, vou ler pela segunda vez o post seguinte.
E esperar que Zeus Também o leia.
:)
Alien:
A autora, que tem a mania de se esconder na cortina e ficar a ver fazendo os possíveis para não ser vista, tem impressão que que o carimbo é antigo mas está com uma pega nova.
A autora acha que é um carimbo que sempre foi usado. Umas vezes está no armário da esquerda alta, outra vez na direita.
A autora, e o coro a que pertence, já tropeçaram nos adereços colocados nos dois extremos do cenário. E não gostaram. Porque não gostam que lhes mandem nos pés.
Os deuses gostam de mandar nos pés do coro.
E isso está mal porque já era tempo de estar bem.
Depois foi para debaixo do foco. Com os outros. Assim mandava a marcação. E em coro, recitaram pensamentos emprestados.
E isso também está mal. Seria melhor que se guerreasse com pensamentos próprios. Mas as armas têm que ser iguais.
E o coro riu-se para dentro porque apesar de estar no solo sabia que pelo passado se vê o futuro e os Deuses vivem demasiado ocupados com o presente. Atravessam a rua sem olhar para os lados. Por isso, naquele palco, já foram atropelados.
Os Povos não são todos iguais. Naquele caso o povo, na plateia, protesta contra os deuses. Orgulha-se do coro e quer ouvir a sua voz. Até pode embirrar com o maestro, mas não o confunde com o coro.
O Povo acha que não é por se matar o maestro que se deve matar toda a orquestra.
E isso está bem.
Por isso a autora, metida no coro, quase chora,quando em cada representação da peça, o povo, percebendo ou não o conteúdo, pelo menos aplaude a forma e de pé, em ovação, quando o coro, todo junto sai pelas escadas colocadas na boca de cena.
O coro faz vénia à plateia, curva-se para o camarote que o resume e sorri.
Porque, desde sempre, nunca houve carimbo que lhe tirasse o sorriso.
E isso está bem porque talvez, a evolução, no fim, se faça de sorrisos, embora às vezes ainda tenha o sabor das lágrimas engolidas.
Abraço, coño, que o Alien8 tem todo o direito de sair pelo lado que apetecer à sua coreografia.
E isso está bem.
E mai nada!
Arábica:
cá para mim, penitências e esfoliações são diferentes porque diversas são as peles das pessoas.
depende do PH:))
Sobre a Isadora Duncan, depois falamos, mas a pele dela, se calhar, só foi sensível a duas coisas. Tocando-lhe, aí, havia logo esfoladela.
De resto, era mulher de pele muito resistente. Curtida. Como a pele dos aventureiros que nem se lembram do protector solar.
Bjs
Pois é, Lizzie, se te ficasse agora aqui a dar coro, isto nunca mais acabava... e eis que outro post já requer comentário :)))
O Alien8 não abdica do direito de saír por onde lhe apetecer, realmente, e quer mais é que os carimbos se danem - shhhh aqui para nós que ninguém nos houve, já levou com alguns...
Fica-te bem o quase choro, até mesmo o choro ficaria, quando o Povo aplaude de pé o coro que se lhe junta.
E o resto também, coño!
Um abraço, portanto e por tal e coisa e porque sim.
Enviar um comentário