
é tempo de a lua se rir, pois, apetecendo ,terá companhia sem toque de recolher.
Daqui a umas horas vou arejar os pensamentos.Não importa a posição nem a hora que eles, parece-me a mim, já nasceram com o diabo nos neurónios.Vai ser bom
estabilizar o corpo para lhes dar maior liberdade.Pode-se até adormecer,que os malvados nunca param.
Os infantis costumam descer de escorrega pelo nariz. Depois sobem pelos ouvidos e vão juntar-se aos optimistas que adoram andar de baloiço.Chegam a provocar tonturas de felicidade quando se juntam aos amorosos e apaixonados.
De vez enquando vão espicaçar os pessimistas que moram ao lado dos cautelosos.Empurram-nos para o cimo do nariz. Resistem. Quando perdem o equilibrio caem.E é tal o peso que provocam espirros, assim, sem mais nem menos.É grande o alívio.
Os nostálgicos são parentes dos aborrecidos e rotineiros.Pertencem à classe dos que pendem a fugir. Às vezes os aborrecidos ficam parados, é certo, não há remédio para isso, mas os nostalgicos vão até ao outro lado do Oceano, aventuram-se pelo continente Europeu, circundam pelas terras de abastança e amor. Não têm boa memória para as más coisas.Ficam-se pelas boas. Vá lá que não são antipáticos de todo.
Os solitários são varridos por amena conversa com quem bem os conhece
fazem-se confidências e desabafos e até os conflituosos,destruídos pelos confiantes e amigos, desaparecem:
-estás tão branca que pareces uma ostra albina no meio de um prato de gazpacho!
-e tu uma rã que se prepara para cantar a Traviata!
e soltam-se os risos no meio da irmandade higiénica.
Daqui a umas horas talvez me apeteça
entrar no mundo protegido dos sonhos,aquilo a que se costuma chamar de amnésia.
Não fará mal nenhum a ninguém. Se fizer será só às pessoas de pensamentos enclausurados,aquelas que prendem o mundo na roleta da má ambição e da falsidade.Não há mar nem terra que as descontraia,nem que seja uma vez por ano.
Ah....Ah.....Atchim
Santinha
Obrigada, já começou. Estes devem ser os eufóricos!
Vou fechar a porta,com licença...até breve.