terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vem este mais ou menos a propósito de inspirações surgidas de tudo e sem aviso.

Salada alcoviteira acerca da mulher que disse odiar o amor

ou de como uma fotografia pode ser completa no retrato porque nesta



está a síntese de tudo quanto foi e o que nunca se deixou ser. Acho eu.

Como aconteceu com outras e muitas personalidades que deixaram, com boa ou má letra, assinatura no séc. XX, a vida de Chanel, nascida Gabrielle, começou mal: mãe precocemente morta, pai diletante e fugidio, humilhação, orfanato.

Ainda muito nova inventou a sua biografia (aliás foi-a sempre inventando) e começou uma extraordinária colecção estratégica de amantes homens, passando, dizem os coscuvilheiros, por umas quantas mulheres, também algumas delas bem colocadas na linha da frente na sua batalha de ascensão e comando da sorte.


Até morrer, aos 87 anos, sempre declarou que nunca teve amizades nem paixões, sendo estes, conjuntamente com o amor, uma forma patética de cada um se esquecer de si.
Sempre recusou ser posse ou vitima de ser vivo algum.



Apresentava como sua antítese fóbica pela falta de autonomia e força na vontade, Edith Piaf,



condescendia, mais ou menos empática em história amorosa, com Marlene Dietrich. Admirava, com reservas competitivas, o génio criativo e o temperamento tempestuoso de Martha Graham.

Começou a carreira como cantora medíocre em espectáculos de cabaret.




Por não ter dinheiro e querer penetrar na alta roda, começou a costurar a sua própria roupa sem saber que esta maneira de rodear o destino haveria de mudar (e influenciar) a moda até hoje.




Os tecidos utilizados nas roupagens femininas de então, e estamos a falar, obviamente, das classes altas europeias, eram extraordinariamente caros. Mademoiselle , teve a brilhante ideia de recorrer aos tecidos "masculinos", bastante mais acessíveis . Como o algodão, por exemplo. E fez escola.


Diz a lenda que já ao tempo não desenhava nem marcava com giz os cortes: pegava na tesoura e, com a mesma precisão veloz que manteve até aos oitenta e tal anos, manejava-a como doida fibras fora: nunca sobrou ou faltou centímetro que fosse.

Continuando, a improvisadora Coco quebrou outra regra: o uso do preto.

Se até ela era cor ou exclusivamente masculina ou associada, nas mulheres, ao luto, copiando-lhe o arrojo, muitas senhoras de sociedade começaram a usá-lo, sempre com um recomendado toque de branco nos acessórios. Estas duas cores, tão estigmatizadas em dor e pureza, ficaram como a sua marca na definição da sobriedade da elegância.




Em plena Grande Depressão económica, dois dos seus amantes financiaram a sua primeira loja em Paris. Já Coco tinha recusado casamento com o Duque de Westminster: numa carta ao aristocratíssimo pretendente escreveu que Duquesas de Westminster tinha havido muitas mas Chanel só uma e casamentos com proles derivadas eram prisões e desperdícios de talento.

Espantava toda a gente com a rapidez das suas decisões: demorou segundos a escolher uma entre cinco das fragrâncias perfumadas criadas por Ernest Beaux, como foi com a velocidade de um raio divino que a baptizou de Chanel nº 5, a sua maior fonte financeira de rendimento até morrer.

O seu carisma já fazia os europeus acreditar em mentiras ainda hoje tidas como verdades.

Diz-se que vestiu calças às mulheres, quando na realidade, do outro lado do Atlântico e já desde o muito início do séc. XX , Amélia Bloomer, vestindo-as de forma despudorada , já tinha rejeitado toda a moda (mais destinada à sedução e aos olhares masculinos que ao conforto feminino), imposta pelas revistas de trajes e etiquetas.
Nos Estados Unidos já se seguiam as exigências da vida prática cujo paradigma era o automóvel (só a relação moda-carro-fotografia-cinema dava um tratado em vinte cinco episódios postisticos)




e o crescente apetite pelos desportos até então proíbidos às docilidades e fragilidades femiminas.




Há quem tenha dúvidas se foi realmente ela que, ao assistir a uma coreografia de Martha Graham, em que os braços eram agitados como pás de ventoína epiléctica, primeiro cortou de forma a que, em traje semi formal ou em Alta Costura, a manga permitisse ao cotovelo ser elevado livremente até á altura da cabeça sem que houvesse abertura na zona da axila, como acontece ainda hoje nos trajes dos toureiros.

Talvez não seja mentira que as linhas do seu famoso tailleur, foram inspiradas na farda de um militar nazi de quem foi amante, como verdade foi o seu prolongado exílio na Suíça: nunca escondeu os seus anti semitismo e homofobia, embora tenha sido conviva de Jean Cocteau e Diaghilev, entre muitos outros, não propriamente fascinados pelos dotes femininos, como não desdenhou vestir muitas estrelas de Hollywood a convite dos, maioritariamente judeus, patrões da sétima arte.

Aliás colaboradores e biógrafos não autorizados por ela, não deixaram de estranhar, em mulher tão redundantemente fria, o seu entusiasmo, falado e escrito, quase descontrolado, em relação a Katherine Hepburn, bem como os seus ataques vulcãnicos à recatada Greta Garbo, tida então como amante daquela.





Mais tarde viraria os ódios ferozes para Spencer Tracy por quem a referida Katherine quase desfaleceria de paixão.

Há quem defenda que a actriz e o dandy ocioso Arthur Capel (fonte inspiradora de muitos escritores como Scott Fitzgerald) foram as únicas brechas num edifício cansado de ser publicamente bruto.

Se tais paradoxos não bastassem, também é difícil de perceber que, batendo-se pela maior simplicidade possível na roupa, chapéus, acessórios e sapatos, (com linhas extensíveis até à baixa-média burguesia), tivesse nos arabescos da Art Deco o seu movimento artístico preferido, como se vê neste pormenor da sua sala de jantar, recheada de vários dos seus objectos com estatuto de obcesssão: os espelhos.




A figura miúda, morreu sem grandes hesitações num domingo. Sempre foi o único dia que em que durante toda a vida, dava obrigatoriamente descanso às ideias. E finou-se no Ritz de Paris, capital que nunca lhe perdoou o passado.


Morreu com autoritarismo a disfarçar, provavelmente, a solidão.
Duvido que, face à obra preocupada com todas as mulheres, tivesse um coração tão superficial que fosse incapaz de sentir dor.


Mas enfim, nisto como em muitas outras coisas, em campo aberto ou no sussurro de um canto escuro, o que se lembra é tão ou mais importante do que se tenta esquecer.





Talvez a verdadeira verdade tenha morrido com ela.

21 comentários:

Lizzie disse...

E respondo neste ao anterior:


Angelus:
obrigada pela tua visita e parabéns pelo sucesso do esforço.
Cá te vou esperando.

Dark kiss

Lizzie disse...

Arábica:

já sabes que sou fanática de patos:)não resisto, prontos!

Quanto a frou-frou de sedas adamascadas,armações e espartilhos, cada moda tem a sua época de acordo com o estilo de vida que se tem e os valores que se querem implementar ou contrariar.

Embora lindíssimos, os fatos de que falas destinavam-se a mulheres que mais não faziam que andar num pequeno circulo de encontros sociais. A silhueta "relógio de areia" não era própria para andar na rua: ocupava cada dama toda a largura do passeio:))

Quando as damas começaram a vaguear na via publica para ver os plebeus patos ou coscuvilhar para as janelas alheias, p.exemplo, criou-se a silhueta em S.

Em termos estéticos, prefiro a ampulheta, ou não fosse eu admiradora do fluir das valsas vienenses. Mas...o que elas deviam sofrer. Ai o que aquilo pesa e custa, que tive experimentação. Chegavam a ter quinze saias, para além dos cullotes, por cima da armação de madeira.
Senhora que se prezasse mudava seis vezes de vestido por dia.

E coitadinhas das morenas...que escuro só o povo. Na época vitoriana as damas levavam horas com pachos de leite de burra na face, para além do pó de arroz, claro. Fugiam do sol como vampiras.
Também era de bom tom arfar e um suspiro era sinal de profundidade de sentimentos. Pudera, com tais apertos no diafragma...

Qualquer dia ainda boto post sobre o período intermédio entre estes suplicios e a "era" Chanel.

Besos

Emma Larbos disse...

Estas figuras, estas Coco, são sempre de difícil digestão na máquina dos afectos. As histórias das meninas pobres-infelizes-abandonadas que chegam à crista da onda são sempre fascinantes mas, depois de tanta telenovela que aplica o modelo, acabam por perder parte do encanto. Não gosto dos tailleurs nem tão pouco (Ó sacrilégio!) do Nº5. Admiro o redondo Não a um duque e faço rasgada vénia ao talento puro e à originalidade. Irrita-me a alardeada frieza e as arrogantes intolerâncias. Sei que no fundo disso estão feridas profundas e que o autismo afectivo é apenas a defesa possível. Deve haver uma certa justiça na distribuição: não é tudo dado aos mesmos e faz-se pagar um preço alto pelo talento extraordinário, pelo sucesso, pela riqueza.
Tem mesmo de ser assim?

Arábica disse...

Lizzie,

Começando por Coco, as suas linhas e os seus espelhos, será possível as linhas serem reflexo da sua frieza e objectividade, e a sua sumptuosa sala espelhada reflexo da sua ambição e do seu quase narcisismo?

É mesmo uma pergunta, sei tão pouco dessa mulher...

Também não conseguiria usar o nº5, é demasiado agressivo e espalhafatoso para o meu modo de ser, de sentir.

Mas gosto do corte dos tailleurs, do misturar o preto com o branco e do abuso do preto.

Vais ter mais patos, além destes celestiais patos, do último pôr-do-sol.

Disse-me uma natural (a sua casinha branca vê-se numa das fotos) serem 180, correndo o risco de serem a todo o momento menos, dado que o pai, ciumento da atenção da mãe, os mata.

É assim a natureza e nem os patos escapam.


Um beijo de bom dia!

Lizzie disse...

Emma:
também não morro de amores pelos tailleurs, embora lhes admire o minimalismo do design. O perfume, enfim, pode ter tido o seu tempo tanto mais que foi considerado uma obra de arte de abstração revolucionária olfactiva.

E não gosto de mitos.Ponto final.

Coscuvilha-se e vê-se que acabam por ser produtos de marketing ao serviço desta ou daquela tendência. Por isso, em matéria de biografias, leio sempre, pelo menos duas:uma a "favor" e outra "contra".

(Curiosa a moda de após a morte dos mitos, pessoas muito próximas escreverem livros com pormenores intimos e escabrosos como foi o caso da própria filha de Marlene Dietrich. Fez fortuna)

Tens razão: em relação à Chanel escreveram-se autênticas telenovelas como se escreveram em relação a outras figuras autoritárias, frias, calculistas, arrogantes, algumas delas de baixo caractér, mas transformadas em santas.

Ficam de fora génios, que passaram as passas do Algarve, mas que tiveram vidas mais ou menos lineares, de pessoas comuns (sei lá...Klee, Miró...tantos).

Enfim, admiro-lhe o talento e a ousadia de, em termos europeus,ser ela, mulher, a escolher e a decidir com quem se relacionava (também mandou o Onassis à fava).

Também admiro que tivesse democratizado a moda na sua intenção: qualquer mulher, criada ou rainha, tem direito à elegância.
De facto o simples vestido preto de linhas puras,fica sempre bem.

Lizzie disse...

Arábica:

Em roupa o que Coco não suportava era a ostenção, o rocócó. Para ela luxo e elegãncia não se podiam confundir com folhos, dourados e afins.Repetiu tal coisa até à exaustão.Dizia que ninguém precisava de ter e usar mais que quatro pares de sapatos.

Inspirou-se sempre na simplicidade e na versatilidade da roupa masculina. Contrariou o princípio de que as mulheres são para ficar passivamente sentadas em casa ou nos salões, enquanto os homens agem, com roupa para agir.
Subiu a baínha das saias exactamente porque o comprimento excessivo impede os movimentos soltos. Segundo os biógrafos, era dama de uma energia física estonteante e, coitados dos empregados, eram obrigados a segui-la no afã.

Além disso, embora não fosse vanguardista em termos da arte em geral (antes pelo contrário), na época as correntes apontavam para uma simplificação das formas, para o culto das linhas como senhoras donas e com valor por si próprias.
Já agora, na dança, estudava-se o valor do movimento abstracto do corpo.

Quanto a espelhos dizia que espelhos e cigarros são intrinsecos à moda. Quando provava uma nova criação via-se num sistema de espelhos que reflectiam a frente, os lados, as costas simultãneamente.Tal como na dança são essenciais.

Passando para os patos,disse-me um biólogo que todos os animais têm uma quota de população no sítio onde vivem. Excedendo o número, começam a matar os que estão a mais. Lá assassinam os mais fracos, os velhos e os doentes.

Até na natureza temos o direito do mais forte à vida. Mas matar por "desporto", só o animal homem é que mata.

Besos

Lizzie disse...

Duas ou três notas:


Só agora é que li o texto e vejo que me esqueci de dizer que, no esforço de guerra, fez trabalhos de enfermagem.

E que a partir dos anos 50, rejeitou o uso de calças pelas mulheres fora da esfera caseira. em festa ou cerimónia, sempre saia ou vestido.

E já agora, instituiu uma espécie de dogma ainda hoje vigente: só se usa roupa "rodada" e armada quando há baile na função. De resto deve ser confortável a dar para o direito ou justo. Parece coisa de irrelevante, mas pensando bem, tem toda a lógica.

Alien8 disse...

Lizzie,

Alguém tem de escrever coisas sérias, no meio de tanta balbúrdia que anda aí por certos blogs!

Fiquei a saber mais umas coisas sobre a Coco Chanel, muitas coisas, para dizer a verdade, e sobre outras personalidades que lhe cruzaram a vida.

Traçaste-lhe a história com a propriedade de sempre e as ilustrações adequadas. Perante isso, pouco importa se gosto ou não de tailleurs, do feitio e das opções de vida da Coco e dos nãos a duques e magnatas.

Interessa é sublinhar a enorme infuência que continua a ter, e que vejo perfeitamente justificada pelo que contas.

Um beijo.

Lizzie disse...

Alien:

também tenho reparado no alvoroço que anda para aí. Fui ter a um blog, eu que vou a tão poucos, que tenho tanta falta de tempo, em que fala o Criador, uma santa, um gato, um licenciado sem ciência...qualquer dia ainda aparece um ser dentro da barriga da mãe, assim uma espécie de fantasma ao contrário, a botar sentença.

O que vale é que nós somos sérios!

Pois que nestas alciviteirices também só me interessa o que tem relevância para as obras: os factores pessoais que se vão reflectir nas criações, nas escolhas, nas interpretações.
Como as pessoas não são máquinas, há sempre qualquer coisa que passa.

Na Coco passou muito.
Passou, por exemplo, que as mulheres só se podem afirmar se gostarem de si próprias, da sua feminilidade assumida, com a força de quem tem lugar activo no mundo. De dentro para fora.

Quanto a personalidades, só falei nestas. Foram muitas mais. Quase todas interessantes naquela "balbúrdia" e conflito entre o que realmente eram e o que delas se fabricava como modelo público. Ora santas ora demónios.
Se calhar eram só pessoas normais com fama.

Obrigada!

Abraço para vocês e já agora meto a cunha a extra terreste e astronauta (sempre estão mais perto do alto) para que faça muito sol nestes dias:))

Vou ver se quando pedir as horas ao relógio, ele não me as rouba. Como tem o vício de fazer.

Arábica disse...

A segurar nos ponteiros, deixo-te um beijo e um "Vai-te com todo o sol" :))

Frioleiras disse...

uma admiração enorme.......
sempre tive e tenho por Coco Chanel...

adoro todo o seu estilo ...

só não concordo com o seu ... anti semitismo

antes pelo contrário...
e não desdenharia um casamento com o duque de westminster...

Frioleiras disse...

e................
adoro o nr. 5
e...............
adoro espelhos !

Alien8 disse...

Lizzie,

Passei para te deixar um abraço da Lola e outro meu.

Já que aqui estou, sempre te digo que sim, somos seriíssimos, ora bem!

Quanto à Coco, tens razão, há muitos factores que infuenciam a obra. Mas eu só disse que não importa se gosto deles ou não. Não gosto particularmente de algumas ideias e formas de estar da criadora, os nãos a duques dizem-me tanto como os nãos a maltrapilhos, e os tailleurs... depende da pessoa e da ocasião.

Mas quem sou eu, e que importância têm os meus gostos na obra da Chanel? Mesmo sendo seriíssimo, não risco nada aí :)

Outro abraço.

Miguel Batista disse...

Lizzie, adorei este port, ainda ha pouco tempo tive que fazer um paralelismo entre a Coco Channel e o Ford, e embora pareça á primeira vista nada ter a ver, ambos têm muito em comum...

dark kisses

Ƭ. disse...

ah... o nº5, por que não? amo!!

belo post!
:)

Lizzie disse...

Arábica:

obrigada por teres intensão de segurar os ponteiros.
Gozando com plenitude alguns momentos, até dá a impressão que o tempo se suspende e que

aquele sol tão nu e descarado brinca com a pele, com o mar, com todos os verdes ainda timidos da orla marítima.

Brincou tanto comigo e eu com ele que me tatuou a cor, enquanto dormia a sesta ao som do riso quase escarninho das gaivotas.

Elas não ficam com a marca pálida do relógio nos pulsos.

besos

Lizzie disse...

Frioleiras:

apesar de tudo, se tivesse vivido (e ainda hoje) durante a guerra Dior/Chanel, alinhava por ela, pela simples razão que ligou a discrição e a elegância ao futuro.

Ela ligava os judeus à "fraqueza" da filosofia judaico cristã com toda a sua moral "espartilhada". Nem as visitas às tão judaicas Nova Iorque e Hollywood lhe acabaram com os preconceitos. Mas isso é outra história, também ela interessante.

Respeito o Nº5 mas tenho outras preferências. Como diria uma amiga minha muito conhecedora de perfumes, cada pele tem o seu temperamento. Na minha fundem-se melhor outros: têm mais coerência.

Duquesa de Westminster?:))
Eu escolheria outros:)

E espelhos, só os profissionais. É um vício discutir com eles.

Ƭ. disse...

gosto de perfumes exagerados... como gosto...
qdo menina, costumava me banhar nos perfumes de minha mãe... todo mundo brigava comigo por conta disso! era um horror!!

com o tempo fui aprendendo a usar na medida certa, nas ocasiões próprias, cada um em seu tempo, em sua dose.

mas confesso... sou exagerada mesmo! se a ocasião me permite... nossa!! haja perfume!!

por conta disso e mto mais!! (rs)
agradeço o comentário que deixou em meu blog... exatamente como uma gota de perfume, única, mas suficiente para perfumar todo o ambiente...

justamente isso que mtas mulhers precisam...

gde bjo,

teresa castro

Lizzie disse...

Mui sério Alien:)

Pois que aqui eu, que às vezes fico com o sangue a ferver, se lidasse com a Chanel, não sei se algumas vezes não me aterraria a mão, involuntariamente, na sua carinha.

Claro que tinha coisas execráveis como pessoa. Isso é opinião unãnime.

Quanto ao resto, foi genial até na forma como aproveitou e transformou algumas tendências que já andavam no mundo dos trapos.

E vestir ou não vestir de determinada maneira, depende da ocasião. Foi uma das suas batalhas: sempre combateu o excesso de formalidade tão usual na Europa do seu tempo, coisa que já, antes dela, Henry James e outros mais outras tinham notado.

Este fim de semana ouvi vezes sem conta uma canção flamenco/jazz chamada "mi niña Lola":))
duvido que vá além dos 30 segundos:))

Abraços para vocês

Lizzie disse...

Angelus:
obrigada!

Penso que te estás a referir ao Henry Ford e não ao Tom Ford (que também tem muita influência da Chanel).

Se fôr em relação ao Henry dos carros,claro que tem e muito. E não só na estética (carro preto de linhas sóbrias). Também numa certa massificação e democratização dos bens.

A propósito até me apetece falar da história das fardas/uniformes.
Também estudaste isso?

Dark kiss

Lizzie disse...

Teresa:
obrigada pela sua visita e foi um prazer ir ao seu blog quando nele fala de coisa tão importante e... esquecida ou mandada, agora pelos heterosexuais, tão para trás das costas.

O seu post tem ligação com este:

estamos, ainda, numa sociedade patriarcal e já a Chanel crua dizia que "cada mulher tem a idade que merece" e, no seu tempo, dizia ela, a maioria tinha quinze, sem autonomia de decidir sobre o seu próprio destino, sem afirmar a vontade de escolha. Honra lhe seja feita que muitas vezes disse que queria ter relações com companheiros e não com "pais".
Tanto ela como Marlene Dietrich tinham como palavra preferida o Não, quando era caso disso.
Coisa rara.

Quanto a perfumes, em criança também me encharcava:)

Hoje uso só uma gota. Tenho pouco olfacto e fico com medo de exagerar.
Dizem os especialistas que as morenas devem ser contidas no uso. As loiras "aguentam" melhor.

E para o meu tom de pele tem que ser sempre fresco, de preferência com limão.

Os que uso, escolheram-mos. Eu não consigo.

Obrigada

beijos