segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lamento da Virgem do Canário


Ai, Tony, que pasmo monótono é o desta missão…!

Foi-me pedido o milagre de evitar que aquela ali, ainda terrena e, com certeza, nunca futura hóspede do Paraíso, escreva mais uma torrente de disparates e incongruências. Como lhe é próprio.


O ano passado, por esta altura, antes de ir de férias, a que alguns chamam de período asteriscal, soltou-se-lhe prosa de pitonisa astrológica sobre o ano agora em fase de mudança no número da contagem.


Debruçada sobre o negro teclado cujas letras brancas lhe procuram os dedos, tal é a falta de destreza sobretudo quando em estado de interrompida, previu que aquele país rectangular, aquele ali, naquela ponta ao pé do mar, ia ser grande por mor de

dar novos Universos ao Universo,


da exportação para eles de pequeno computador disléxico mas com grande nome,
que Manuel Aristóteles ou António Platão, já não me lembro, ia ser eleito,
que haveria mais empregos que empregados,
que haveriam os meninos de saber, pelo menos, o nome do primeiro rei do território, que o último, ficará para mestrado à bolonhesa, sem bater nos professores com as armas que os pais lhes dão


e sobretudo, que os mortais deixariam de mandar garrafas de Água das Pedras, pela janelas dos seus carros.

Ah, Tony, tem tanto jeito para a leitura dos astros, em que não é especialmente crente, apesar de se julgar semi Virgem e semi Balança, como para cozinhar, nem que seja em síntese, um Pudim de Abade de Priscos.
Nem o El Mandarim, Tony…nem o El Mandarim, sejam as instruções em português, em castelhano ou em inglês.

Nada se concretizou!

Mas vê a minha sorte, Tony que tão bem pias, que hoje lhe disse uma entusiasta hiperactiva que sempre anda atrás de Touros e Sagitários, que lhe parecem insonsos Peixes e Caranguejos e de pouca monta Carneiros, que Saturno, o Esperançoso, no próximo ano do calendário terreno, ia apanhar o Comboio da Mudança e tomar como destino o Rectângulo À Beira Mar Plantado. E que ali iria colocar a última peça do Lego do Apeadeiro da Felicidade.

Levou a minha vigiada protegida a sua chávena de chá sem açúcar para o amplo gabinete de trabalho que vários cansaços tornam minúsculo como costuma acontecer a quem ainda vive lá em baixo, vivo e sobre a Terra,


e pensou, com ar céptico e virado à introspecção, em vários relatos de cronistas passados e em acrobacias ilusórias de protagonistas presentes com estátua e nome de avenida desejados no futuro.

Bocejou pela vigésima vez, alisou a franja ridícula, coçou a nuca, girou o pé esquerdo, confirmou que tinha o brinco, palpou o colar, revirou os olhos, franziu o sobrolho, torceu a boca, arrepiou-se, tombou da cadeira e pensou com ponto de exclamação: só um milagre!

Ligou o computador e foi assim que, em vez de Eu continuar a desfrutar as delícias deste nosso jardim com as minhas congéneres,

recebi uma espécie de sms de superior desesperado e atónito, e por iluminação interior, para lhe travar o dislate da tecla, não fosse ela, desta vez, trocar a astrologia pela santidade e começar a espalhar, como pães em regaço

glórias,

Culturas equilibradas


abastanças
amores de qualquer género


e outras grandezas pelos seus pacientes comentadores, leitores anónimos e seguidores.

Tony do canto repenicado e límpido, outro remédio não tive que perder a minha beatitude e sossego de espírito como demonstra o meu sorriso lá em cima e enviar àquele cérebro, ordem para que outros afazeres lhe fizessem esquecer o nome de Santa Lizzie Benemérita e Abrangente com que se preparava para massacrar o teclado.

Logo lhe fiz lembrar que só tem mais dois dias para resolver o que tem a resolver, praticar o que tem que praticar, antes de viagem,


antes que possa melhor interromper-se dos dias comuns do mundo.

Deixemo-la ficar só com a mão ao alto e, virada para o ecrã, desejar boas festas ou asteriscos, e que cada um consiga ser o mais parecido possível com aquilo que para si imaginou.



E que para o ano, quando voltar, espero Eu aqui das alturas, mais fresca e lúcida,

me dê descanso e paz.

Pensa ela e penso Eu, meu pequeno Tony, que sejam quais forem as voltas, sejam quais forem as datas, sejam quais forem as glórias ou as misérias, o mundo nunca parou.


37 comentários:

Emma Larbos disse...

O Tony não sei quem é. O de Matos já cá não está, só se for o Carreira (cruzes credo !!!). Mas para a entusiasta hiperactiva tenho um recadinho: insonsa é a mãezinha dela! Tomara ela ter tanto sal como uma pisciana com ascendente em Carneiro e ser tão afável e doce como um Caranguejo! Recomendo-lhe o livrinho do Paulo Cardoso para o ano de 2010, que eu espreitei no outro dia na prateleira da Bertrand (dar 17 euros por aquilo é que não...), e que diz que o próximo ano é, finalmente, para os Peixes! Já não era sem tempo. Que os astros têm-nos arrastado pelas ruelas amargas do sofrimento na última década e, não fôssemos nós seres lúcidos, sensatos e pacientes, já teríamos matado uns quantos importunos. Felizmente a sorte vai-nos mudar o rumo!

Lizzie disse...

Emma:

também não sei se o Tony é o Carreira. Pela cor da pena não me parece. Ao canário da Virgem, visto de perto, já se lhe notam algumas penas brancas e até alguns focos de calvice. Ao Carreira não.O desenho da boca também é diferente. O Carreiras é mais Paulo Bento.
E, diz a Virgem no seu lamento, que o Tony pia bem. E suponho, que ainda não ascendi ao paraíso, que tem bons libretos.Não somente dedicados às canárias.

E ainda bem que foi a Virgem do Canário a escrever isto porque se tivesse sido eu já estava morta. Mártir às mãos da hiperactividade entusiasta, até, de TGV Lisboa-Cascais ou de autoestrada Praça de Espanha-Sete Rios. Com portagem.

Uma das pessoas que consta das imagens aqui botadas é Caranguejo-Caranguejo. E não é nada criatura insonsa.E é doce. E anda sempre para a frente. Com ou sem Saturno.

Por acaso gostava de saber,( pago um euro) o que esse tal de Paulo Cardoso reserva para quem é Virgem tão no fim que já é também Balança, que não sabe, ou não se lembra,qual o ascendente e qual o descendente,para o ano 2010.

Para os Virgens-Balanças-Tílias-Sabres (estes dois últimos são partidos concorrentes dos astros na guerra das influências)a última década também tem tido sobressaltos e fazia jeito uma certa mudança de direcção.

Aqui, num objecto terreno com vocação para definições universais, com o meu nome, só diz:
"É encantadora e muito conciliadora. Criativa e simpática mas exigente e selectiva".

É muito vago e o "É" só é tempo presente. Se fosse um "será" já seria qualquer coisa a afastar a cortina do tempo.

Enfim, veremos...sou mais boletim meteorológico.

Lizzie disse...

e, já agora, Emma

troquei a imagem, botei esta ancestral dos signos só para que se veja que

Virgem está para a mão direita
Balança para a esquerda

e os peixes, hummmm, nos pés!

Ora toma!

Alien8 disse...

Lizzie,

Antes do mais, a Emma esqueceu-se do Tony Silva. Imperdoável!

Mas já faço meu o seu recado para a entusiasta hiperactiva. Nem mais. E, ao saber que o próximo ano é para os Peixes, Paulo Cardoso dixit, ainda mais me entusiasmei.

Pois, Lizzie, os pés são importantíssimos. Até na dança. E no futebol. E são dois. Ora toma!

Confesso que fiquei fã da Virgem do Canário e do Oporto Monja.

O pior foram mesmo os dois frascos: Aquilo faz-me uma confusão dos diabos, azúcar o sal, sal o azúcar, já nem sei o que pôr em cada qual.

Sei que para o ano cá andarás, certamente mais fresca e lúcida, se é que tal é possível :)

E espero que as previsões meio disfarçadas que nos ofereces se concretizem. Ora pois.

Um abraço.

Lizzie disse...

Alien:

trabalhos: tive que ir ver quem era o "teu" Tony Silva e oh, que figura tão universal no porte e traje. Pena O Tony da Virgem não ter bigode:)

Quanto a frascos, são a imagem perfeita da minha dislexia culinária. No outro dia, talvez por milagre da Virgem do Canário, deu-me para fazer uma derivação de pudim com base no El Mandarim. Por distracção ou incompletude do tal milagre, deitei sal refinado em vez de açucar. Depois disse "prova lá".

E vi caretas. Tantas e tão profundas caretas. E depois vi um frasco em cada mão:" fijate,esto es azúcar y esto es sal":))

ainda me defendi dizendo que era nouvelle cuisine chinesa mas
agora toda a gente tem medo que eu tempere saladas ou bifes:))

Ai Alien, que Saturno me dê concentração...

A imagem antropo-astrológica foi retirada de um tratado de medicina, que li por curiosidade e divertimento, de um tempo em que ainda não havia futebóis e os pés nas danças não eram muito importantes.

(o "descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura" é muito mais tardio que a gravura:))

Não sei se já se havia andebol mas, em termos de extremidades,o importante para arte, ofícios, guerras e diagnóstico eram as mãos.

Este tratadista chega mesmo a "pôr" cérebros em cada uma: a direita é a da racionalidade, a esquerda mais sonhadora e espiritual.

Se voltar lúcida e mais fresca, ainda sou capaz de botar post sobre o tal tratado. Acho graça e por essa altura a Virgem do Canário já não me deve estar a pôr tento na tecla.

Abraço

Lola disse...

Lizzie,

Pois vamos de Santa e de Monja:))

Também de Boas Férias.

Imagens própriamente ditas e as outras, são do melhor para a vista e para a alma sorridente que eu ainda tenho:))

É um prazer ver o que nos propões como esperanças para 2010.

Assim Seja.

Beijos e de tudo igualmente para Ti.

Lizzie disse...

Ai Lola

pedi licença à Virgem do Canário para vir aqui. A Monja é mais flexível nestas coisas.

Mas a do Canário, vê-lá tu, está-me a prender a um relatório:

"relata Lizzie, relata! Vê lá onde pões as vírgulas e os pontos, que os erros o computador lá vai corrigindo. Tu não te ponhas com ironias. Escreve palavras difíceis e frases complicadas que é para verem que és inteligente e moderna. Tu não te distraias que isto não é o pudim nem o blogue. Tu tira o cd e deixa de abanar a cabeça e olhar para o ar. Querem lá saber se o oboé vem mesmo a calhar para sublinhar o dramatismo da música e da voz.Tu, ai que cansaço, vê se te..."

e coitada da padroeira:))

Mas estou mesmo a acabar. Quase só falta o Lisboa, 17 de Dezembro de 2009 e assinatura.

depois fecho a porta, respiro fundo e deixo a do Canário ir ter com a Monja que bem deve estar a precisar de um bom Porto. Coitadinha.

E é isso mesmo que desejo, o que botei no post. Tudo e mais tudo. E pronto

muitos beijos :))

Lizzie disse...

7- Tendo em conta os aspectos estruturalizantes do conteúdo funcional em toda a sua abrangência e segundo os objectivos propostos, a concretização analógica do suporte físico


ai, coño, que o sítio do relatório não é aqui!:)))

Emma Larbos disse...

Então não sabias que os Peixes são dos pés? É o nosso fraco e ao mesmo tempo o nosso ponto forte.
Sofremos de cãibras e artroses nos ditos mas, ao mesmo tempo, eles simbolizam a nossa enorme capacidade para renascermos, para nos voltarmos sempre a pôr de pé outra vez. É por isso que os desgraçados sofrem tanto.

Quando for outra vez à Bertrand vou ver o que o Paulo Cardoso diz das Virgens para o próximo ano e depois conto-te.

Emma Larbos disse...

Só agora li o comentário do Alien e, meu Deus!, como é que eu pude esquecer-me desse ícone da arte portuguesa, o Tony Silva? Imperdoável, de facto! Aqui fica a retratação.

Haddock disse...

ai, não... isto não, lizzie!!

referende-se o *asterisco*!!
no embalo, referende-se também o gregório mais o seu calendário...
melhor: revogue-se tudo por decreto e o presidente que esteja quietinho com o "veto"!!

já não nos bastavam os pesadelos com pais-natal chineses a trepar, com ar sinistro, pela varanda, agora começam as serpentinas a ganhar vida e a mergulhar nos flutes de raposeira convencidas de que são 00.01h...

pois convençam-se os optimistas de que se "este" foi mauzinho, o "próximo" será um perfeito desastre!! recomendação: não fazer a "passagem".
ficamo-nos conformadamente por "aqui", a salvo de mais expectativas frustradas.

nisso, lizzie, fosteis prudente ao impedir a virgem do piriquito de debitar adivinhações estapafúrdias, que há por aí muito freguês crédulo de tanto desespero...


e se estais de abalada, redobrada vénia e reciprocados votos.

Arábica disse...

:) Há lá coisa pior que um peixe no aquário errado! :) (Pior coisa só mesmo a troca do sitio do relatório)!!

Sim, sim, carissima, nós Peixes ficamos com ambos os pés, que tão necessários nos parecem à grande caminhada adivinhada de mudança, e tão importantes são, quando, nos metemos nos copitos!!! :))

Ficai com as mãos, direita e esquerda, que tão importantes me parecem para estes relatórios interessantissimos de prognósticos vários e para a escolha de fotos.
Que seria de nós, teus leais leitores, seguidores e comentadores se ambas ou mesmo uma delas, te faltassem na distribuição equatativa de orgãos pelos vários astros?:))

Até para o ano, Zizzie, boas viagens!

( ...e com estes frios de Inverno real, esperemos que de luvas e meias bem quentes, todos nós sobrevivamos...)

Abraço.

PS-em relação a Tonys eu voto no Toni dos Bifes. :))

casa de passe disse...

Passei por aqui vindo de outras pensões e lembrei-me do que ouvia meu pai cantar lá na barraca onde nasci:

"Tenho um canário
numa gaiola,
canta tão bem
que até consola,
minha criada
chamada Aurora
pôs-se a brincar
deixou-me o canário de fora"

E desculpe-me o atrevimento, mas não resisti à tentação e quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita e eu, bem eu, já estou muito velho demais para me endireitar.

Os meus votos de bom Natal.


Ernesto, o avô

Miguel Angélus disse...

Oi Lizzie, passo para desejar um excelente natal...........

o Reverso disse...

Senhora,

Artilhado com os meus confortáveis chinelos de fazenda resolvi fazer-vos uma visita somente com o prosaico propósito de vos desejar um bom natal.


e,

este vosso soneto está resplandece.

porque, não tenhais dúvida, de um soneto se trata. concordais, espero.

reitero os meus desejos de bom natal e espero passar por cá por alturas do ano novo.

e, se me permitis, deixo desejos de bons asterisco para alguém, também, muito especial.

Arábica disse...

Prenda de Natal para uma estrangeira atrevida que chama (in)sonsos aos peixes -coitados deles, sem culpa, pois quem lhe manda trocar o açucar do pudim pelo sal dos peixes?!!!- e que além de dar o melhor de si a relatórios estranhos à imaginação que lhe conhecemos e reconhecemos, nasceu com mãos tortas para a culinária.

"PEIXE ASSADO EM SAL GROSSO"


Ingredientes:

1 unid peixe inteiro aprox 2,5 kg
4 kg sal grosso
2 unid claras de ovo

Preparação:

O peixe deverá ser fresco e nunca congelado. (pois....)
Deverá ter escamas. (!!!!!!)
Ele só deverá ser esvicerado (?????????) sem retirar as guelrras nem as escamas (.......)
Lave e enxugue bem o peixe (com jeitinho)
Misture as claras ao sal grosso
Faça um lastro de sal grosso numa assadeira ou na travessa onde ira servir
Deite o peixe e cubra com o restante do sal
Devera ficar todo coberto e não formar buracos, bem envolto numa camada de sal de pelo menos um centímetro de espessura.
Leve ao forno alto pré aquecido (220) até que o sal comece a dourar (30 a 40 minutos)
Retire e quebre (mão pode ser com a enxada do quintal) a capa dura de sal que se formou e retire cuidadosamente. As escamas e a pele do Peixe devarão ficar coladas ao sal.
Sirva imediatamante com molhos diversos a gosto.


:)) De longe para longe, aqui fica o meu xi-coração natalício (tive o cuidado de me descamar antes).

Feliz Natal "estrangeira Zizzie" na companhia dos teus e pelo máximo tempo possível.

audrey disse...

beijo .............
... que a tua noite de Natal tenha sido serena e bela..

Anónimo disse...

que giros vocês estão:-))




bom ano

tudo bom!!!!

Arábica disse...

E já está.
Done.
Virgens e peixes, invertebrados ou vitimas de hérnias arreliadoras, aqui estamos (não esquecer as cuecas vermelhas. Ou serão azuis? Ou brancas? de boa sorte) nós.
E as passas. E os badalos.
As doze badaladas.
Eu confesso um medo que me persegue desde menina, que à décima segunda me transforme em abóbora, por todas as blasfémias e travessuras ditas e feitas ao longo dos 12 meses.
Por isso, agora que a hora se aproxima vou cara a cara lidando com o espectro ameaçador desta imaginação fértil.

Que sirva para alguma coisa: que o novo ano seja de novas árvores.
Que no novo ano se desconstruam muros para dar lugar a novas edificações. Que o velho ano leve os maus ventos, os estremecimentos, as quedas e as nuvens.

Que venha o novo e seja por Ti muito, muito BEM VIVIDO, Zizzie.
Melhor que este.

Um abraço grande.

PS-ainda que SEM camarões ou gambas estragadas. Porque gosto de a lembrar com um sorriso.

Frioleiras disse...

abraços e beijos de uma balança de ascendente virgem, disléxica, hiperactiva, que adora frivolidades, um pouco beata.. e que não gosta de encarar racionalidades e muito menos ser lúcida... (apesar de detestar bagunças e adorar ambientes organizados e rituais certinhos e emoldurados...)

o mau/mal se vier... terá de vir !

no entretanto, rir e brincar é o melhor dos lazeres.................

Feliz Año !

[estou em Madrid deliciada.... e acho que seria o lugar onde gostaria de viver, em metade do año.. pretenciosamente diria que, na outra metade em salzburg e.... apenas uma semana (natal) em lisboa e outra (outubro) perto da serra da estrela ].



..................

Frioleiras disse...

abraços e beijos de uma balança de ascendente virgem, disléxica, hiperactiva, que adora frivolidades, um pouco beata.. e que não gosta de encarar racionalidades e muito menos ser lúcida... (apesar de detestar bagunças e adorar ambientes organizados e rituais certinhos e emoldurados...)

o mau/mal se vier... terá de vir !

no entretanto, rir e brincar é o melhor dos lazeres.................

Feliz Año !

[estou em Madrid deliciada.... e acho que seria o lugar onde gostaria de viver, em metade do año.. pretenciosamente diria que, na outra metade em salzburg e.... apenas uma semana (natal) em lisboa e outra (outubro) perto da serra da estrela ].



..................

o Reverso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
o Reverso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
o Reverso disse...

vim cá só para desejar que tudo esteja bem por aqui.........................................................................

por lá...

Enfermeiro do Turno da Noite disse...

hola!

Lizzie disse...

Ai Emma Mía,

tu não me digas que o meu pé esquerdo é Peixes de seu astro...ai, coitadinho que tanto sofre mas não tem parança seja em andadura, baile ou embraiagem.

Qualquer dia conto-te uma lenda inglesa em que o juízo, fraco na cabeça, se fortalece nos pés, ou seja, moral da história, valha a ligação dos pés à prudência da terra quando a cabeça mais não vê que a volubilidade do ar.

Bom ano, com ou sem Saturno como general em comando.

Lizzie disse...

Capitão:

no que toca a Velhinho-Aranha trajado de vermelho prédios acima(ou em vivendas a ladear leões ou meninos com incontinência urinária) estamos completamente convosco: somos de ter grande embirração!
E a dramaturgia recíproca dos presentes que não servem para coisa nenhuma?

Também embirramos com flutes com bolhinhas, lantejoulas, cabelos estáticos em laca oportuna,sapatos de verniz com meia branca, tudo a fingir que a vida muda ao toque da descarga da badalada.

Asteriscamos, na medida do possível, quando nos dá na realíssima gana. Somos de ser subversivas em relação aos decretos efusivos do Gregório.

Gostamos é do asterisco f.....porque nos permite não ter horas para o nosso amanhecer que gostamos atrasado.
Somos de apreciar relógios desarrumados.

Quanto a expectativas, juntem-se todos os santos no céu para a grandeza do milagre...

De qualquer maneira, além da habitual continência a vós, desejamosvosius uns dias com mais Graças que Duras Penas.

Lizzie disse...

Arábica:

troco mais depressa sal e açucar que digo mal dos Peixes, sejam eles escamados ou não:))

A propósito, obrigada pela receita, tanto mais que adoro escopros e martelos. Alguém que o prepare antes que os meus dotes culinários transformem o aquático em caramelo:))

Este ano, em Madrid e não exactamente à décima segunda badalada mas depois, houve uma abóbora que se transformou em sopa, destinada a pacificar gambas (fresquíssimas) e outros petiscos. Já andavam os vinhos de Peñarubia e Jumilla com manias de escalar os penhascos das ideias em céu ligeiramente nublado, quando a abóbora,lhes resolveu puxar os pés e fazê-los ter sensato assento.

E ainda estou de luto pelas árvores que a zanga do ar matou na minha morada. Ainda tenho os braços angustiados pelas manobras da motoserra. Nos cortes, pareceu-me ouvir-lhes a dor.
É mentira que todas "as árvores morrem de pé": aquelas não venceram o vento. Pareciam corpos moribundos, impotentes pelo seu próprio peso. Vítimas da sua estabilidade. Vísceras de raízes à mostra na maior das violações da privacidade.

Ontem, quando regressei, decidi: vão continuar a viver em forma de mesas, bancos e outras coisas. Os Virgens, diz a hiperactiva, são teimosos:))

Ora tem um bom ano e que às doze badaladas de cada dia a abóbora se transforme em carruagem:))

Besos estrangeros, coño!

Lizzie disse...

Ernesto,O Avô:

Com que então soltou Aurora o canário?

Pois, lá nos salões onde vivi, no meio de chaconas, gallardas e pavanas, assim eram os atrevimentos:

Si osase decir mi boca
lo que siente el alma mía,
señora, tocar querría
donde la camisa os toca

e como o Ernesto está esmorecido com a sua idade, fique sabendo que outros idosos assim cantavam:

Si cuando me vía
entre algumas damas
urdía mil tramas
con que se reía
sí niño lo hacía
ahora que sé
MIRAD QUÉ HARÉ.

Para o caso da graduação dos seus óculos não estar bem focada no castelhano, vou tentar botar dioptrias (mais ou menos) em português:

Se ousasse dizer a boca
o que sente a minha alma
senhora eu tocar queria
onde a camisa vos toca

Se quando me via
entre algumas damas
urdia mil tramas
e a gente se ria
menino,o fazia
agora que sei
olhem (olhai) o que farei!

Ai, Ernesto, como a idade é perigosa...!

Muitos e mais muitos, com ou sem corcunda:)

Lizzie disse...

Miguel Angélus:

Obrigada!

Um ano cheio de trabalho e boas realizações.

Lizzie disse...

Estimado:

pois deseje asteriscos a quem bem entender, pués claro, ora essa. Já a si me juntei em tais desejos embora em militar forma de continência, mão á pála e em sentido.

Ai Estimado, chinelos só os usei lá, que cá, como já disse à Arábica, ante-véspera e véspera foram de botas de campo, trabalho e duras penas face aos estragos da ventania.

Felizmente o "meu" Chico, a quem já dediquei "postal", não teve ninguém para enterrar e foi de grande ajuda em arrumos e cimentos não desobedecendo ao sinal de stop que, retorcido, voou, sei lá de onde, até à porta do meu jardim.

Mas podia ter sido pior: ninguém voou, a 200km/h para um jardim desconhecido, perdido ou definitivo.

De sonetos nada entendo, nem de rimas nem de métricas, mas se tal forma e conteúdo vê aqui, muito agradeço.

Receba os meus respeitos e que a sua hibernação seja mais descontraídamente voluntária que forçada por qualquer intempérie de corpo ou de alma. Com ano novo ou velho, que os pesadelos sejam mais criados que vividos.

Lizzie disse...

Audrey:

pelo que já disse por aí acima, tive um Natal cansado, sobretudo por causa das minhas árvores: pode-se reconstruir um muro, arranjar vedações, colocar vidros mas não se pode ressuscitar a vida sagrada das árvores nem se pode apagar do ouvido da memória o ruído de uma gigante centenária quando se corta um ramo agarrado a um muro, braço de naufrago, e toda ela tomba e o resto da raiz se desprende da terra. É um grito de som rasgado.

Se já não percebia como se podem arrancar árvores por mera e alarve capricho humano, agora ainda percebo menos tal crime.

De resto, tirando isto, foi sereno, sim e de malas aviadas:)

Bom ano e um beijo para ti.

Lizzie disse...

Anónima:

ainda tu não viste nada:))


Há lá coisa mais "gira" que imitar, imaginando-lhe a figura, la Marlena Dietriché bailando alegrías flamencas, de chinelos felpudos, em cima do sofá...:))

e se fosse a la Piaf?

Abraço e continuação de boa carreira e de...

Lizzie disse...

Ay Frioleiras

nuestra Madrid...

podias ter passado na Alcalá e chamado por la Lizzía e eu ouvia, lá na transversal.

Continua tristinha para o que lhe é habitual, mas aquela alma que se sente vulcãnica, ninguém lha tira.

Dão-se-me uns fervores vindos de dentro quando me levanto e vou à ronda, ou seja, visitar os sítios que me são habituais, cheios de "saludos". É chão que não me sai dos pés. Há toda uma história que me abraça nas livrarias, nos meus cafés, nos meus sítios. E há aquele zum-zum que me acorda e adormece e me diz "estás aqui".

É engraçado que levei uma pessoa para lá, trabalhar, e depois de uns meses de estranheza, agora, já não quer voltar.

Quanto a signos, pois que me disseram que nasci no meio de Virgem e Balança: ainda um não acabou e o outro já está presente.
Pronto, está explicada a nossa dislexia (ainda bem que fico a saber que tenho companhia.:)) É dos astros. Nós não temos culpa. No, qué va, no!

Pués, Niña de la Fri, que tengas tú um buen año, burlón de risa e de jaleo, y que no te quedes tú pasmarota y menudo trágica frente a la vida. Y con mucha Arte, como Dios manda. Pués claro, como no?

(comeste passas ou cachos de uva branca?)

Lizzie disse...

Enfermeiro nocturno, quiça olheirento:

Hola para tí tanbíen!

Tiennes tu medicinas para quién se le dá para escribir así, de repente, en castellano?

Bueno, "Hola" me suena.

Gracías por tu visita.

Hellag disse...

como eu gostei destes "lamentos"...quero mais! excelentes fotos e magnifico texto

Lizzie disse...

Hellag:

muito obrigada!

Volte sempre