sexta-feira, 24 de julho de 2009


Merce Cunningham

16 de Abril de 1919

27-7-2009

the only way to do it, is to do it

Para nosotros, um professor em que se assiste, com fascínio, só aos primeiros dez minutos de aula.

Depois, a vontade irrequieta de sair. Para ser livre e pensar, no corpo, através do corpo, todas as cores dos sentidos. Todas as tonalidades da História. Sem espartilhos que calem os gritos. Ou os risos.

Porque as almas não são, grande Mestre do séc XX, um mero exercício de chuva aleatória.

....................................................................

Aviso: este post não deve ser lido por pessoas supersticiosas e/0u daltónicas

e vem a propósito de me terem feito queixa, em tom de desabafo, que três pessoas não querem vestir verde no palco e eu ter concordado, e vem a talhe de foice do fosforescente Alien, do desejo de Julho Verde da Frioleiras, extra terreste e pessoa que estimo, e de mais algumas coisas como a camisola verde alface que me ofereceram.

Como vou ter que explicar, que aqui onde me lêem sou democrata, as razões da concordância negativa, aproveito esta prosa para actualizar argumentos sobre

o ambivalente destino da cor indecisa


Se todas as cores têm as suas mitologias dependendo da geografia dos olhos que as vêem, o verde, esse coitado, anda, há séculos numa instabilidade emocional capaz de arrepiar qualquer prático experimentado, ainda são de espírito, de psiquiatria.

Tanto é a cor da esperança, do florescimento, como da desgraça e da malvadez. Poucos países têm o verde na bandeira. Portugal é uma dessas excepções. Sabe-se lá porquê...

Começou por ser, lá para as bandas da Idade Média, a cor do Diabo.



Mau sinal que, onde ele entra, já se sabe, não pode sair coisa boa, nem aqui na terra, nem lá no além. Por definição, penso eu, que tanto o Maligno como a sua morada, são sinónimo de dor, infelicidade, perversão, traição.


Coitados dos gatos e das pessoas que têm olhos verdes, que toda a vida, mesmo que conscientemente nunca tenham prejudicado ninguém, têm que levar com a nota da desconfiança quando não com letras parvas de fados que dizem que são traição e cruéis como punhais. Também já chega! Que falta de racionalidade! Viva a Ava Gardner que os tinha e bem famosos!





(fim deste meu ataque de mau génio)

E isto não só na Europa. Em algumas tribos índias norte americanas, as almas pérfidas, quando abandonam o corpo morto, são verdes, da cor das águas paradas e pantanosas onde mora a morte.

Como o Diabo, entretanto, mudou de cor, para vermelho, salvo erro, que nunca o vi genuíno e sem disfarce, o verde passou a ser associado ao Destino, entidade difusa que pode ser boa ou má, com variações no
cá vamos andando ou assim-assim, mais ou menos.

Não é pois, por acaso, que as mesas de jogo são verdes, donde nunca se sabe se se sai rico ou pobre;

não é por acaso que, pelo menos em Inglaterra, para duelos e outros confrontos, se escolhia o prado de verde mais viçoso,

não é por acaso que em certa zonas de Espanha, as comadronas (parteiras que andavam de casa em casa) tinham uma roupagem verde: tanto traziam as vidas para o mundo, como com elas acabavam em sistema de aborto forçado ou morte mais natural.

E durante muito tempo, nos EUA, a mesa dos presidentes e de outros decisores dos destinos alheios, era pintada de verde.
Se olharmos para a saúde, também o verde precisa de alguma terapia que lhe dê paz. Na generalidade é a cor das coisas saudáveis.

A cruz das farmácias é verde porque verdes eram as ervas com que os físicos faziam as poções para tratar os doentes.

Mas verde era também a cor dos venenos. No séc. XVI, havia um muito célebre que actuava por infiltração cutânea e se botava na roupa do assassinando imediatamente antes de ser vestida e dava uma morte lenta e horrorosa. Não me lembro do nome nem da alquimia da composição. Não é, de todo, a minha especialidade.

E se a ordem de andar é dada pelo verde nos semáforos, em evocação da largura das paisagens e da liberdade, também é certo que raramente as marcas de carros os pintam de verde. Pode sempre trazer acidentes, quando o diabo se atravessa à frente.



E mais?

Também é a cor do desconhecido, do estranho, do que nunca se sabe o que sairá dali. Os aliens marcianos são verdes, alguns seres habitantes das florestas do norte, espécie de duendes com poderes insólitos, também são esverdeados,



como verde era a caraça doida e imprevisivel de Jim Carrey no filme a Máscara. Aliás, agora que me lembrei do dito, tem, de facto muitas cenas onde anda por ali, a toda a mitologia ocidental do verde.




Mas adiante.

Também é a cor dos maus sentimentos. Fica-se verde de inveja ou quando se tem maus fígados (a vesícula, que anda lá nas redondezas, tem um suco esverdeado com enjoos de amarelo).

E é a cor simbólica de tudo quanto é transitório e instável: a juventude, o amor, a esperança e o, sejamos práticos, o dólar, que é verdinho.

Na língua inglesa e em gíria, chamam-se verdes às pessoas que não crescem, às que vagueiam de paixão em paixão conforme a direcção do vento, aos adúlteros, mais por vício que por acidente, aos irresponsaveis. Green gallant, é uma pessoa que não passa sem a prática da sedução.

Ainda em inglês também existe a expressão green finger, aplicada às pessoas que, por exemplo, plantam limoeiros que logo crescem e dão muitos limões, ou seja, jeito para plantas.

Agora, passando para o palco, sítio em que o destino e o acaso são reis, onde entrando, nunca se sabe em que minuto estará a eventual glória ou o temido falhanço, é de evitar o verde.
Para além de uma bailarina russa ter, um dia, quebrado a regra e ter vestido um tutu verde e em consequência disso ter aterrado na plateia com fracturas múltiplas e equimoses na, dizem, bonita face, o verde enquanto cor, ou luz, solista, agride. Há quem diga que, ao fim de algum tempo os espectadores se agitam de incómodo. Ao contrário do manso azul, gera ansiedade.



E se reflectir para a cara dos actuantes, dá-lhes um ar espectral de seres do outro mundo. Acentua-lhes os defeitos.

Por isso alguns figurinistas lá põem verde aceso nas personagens que se querem perversas, más.


A menos, claro, que sejam crianças. Aí, o subconsciente colectivo faz logo a ligação com a tal vida aberta cheia de esperança.

Em termos de moda, os estilistas, com algumas excepções, evitam o verde. Raras são as pessoas a quem favorece. É preciso ter uma tez especial para não se ficar com cor de tísico, ressaca ou noite mal dormida.



Já agora, admitem-se fatos verdes escuros nos homens, porque além de ser uma cor definida como masculina ( as garrafas de vinho são verdes e só eles é que bebem e alguns tabacos



eram dirigidos aos homens que as senhoras de bem não têm esse nem outros vícios) faz lembrar os uniformes militares. Segundo a crença geral, as mulheres gostam de fardados, sobretudo quando são símbolos de acção e poder.



O verde claro é cor feminina, ligada à maça. Já dizia Victor Hugo numa das suas tiradas: Dieu s´ést fait homme. Le diable s´ést fait femme. Esta até fixei!

A tinturaria do verde, para ser estável e não desbotar facilmente, sempre foi difícil, logo cara. Só em época relativamente recente se ajustou a química à economia pobre e remediada.

Em termos de pigmentos, conseguir um bom verde era obra de mestria, assim com ligar tal agressiva a outras, de modo a que o resultado tivesse a expressão pretendida.

Trabalharam-no os antigos



voltaram à dança primária e dura os Fauves

que o diabo não é dono do mundo.

E, agora assim de repente não me lembro de mais nada (patine, bolor-penicilina), a não ser que em vez de estar aqui sentada neste momento de destino, à secretária castanha, não se me daria nada estar num campo fresco e verde, à sombra de uma árvore frondosa, donde se ouvisse o canto da cor verde e instável do mar.

Talvez amanhã, depois de almoço…

O destino o dirá!

22 comentários:

Anónimo disse...

só tu... nossa advogada dos verdes olhos :D

Frioleiras disse...

pois......... as cores

(adoro TODAS as cores mas de facto , o rosa , o branco e o beige ... são as minhas preferidas............ ).

bjnhs

Arábica disse...

...ai de mim com tantas camisolitas verdes! :)

Os olhos esses, serão mais uma mistura, camaleónicos e dependendo do ambiente, mas a serem, serão de musgo.

Ainda assim, coloquei o devido espanta espiritos, caracteristico de superstições várias :))

Abri o vinho. Verde.
As ameijoas estão ao lume.
Com coentros. Verdes.

À tua.

Beijinhos

o Reverso disse...

lizzie,

confesso que não acabei de ler, pois vou a um aniversário, ainda não tomei banho e as 13 e 30 tenho que lá estar. logo lá mais para as duas ou três da noite volto.

mas sempre vou dizendo que a minha médica de família me aconselhou,em altura de grandes insónias minhas, que pintasse de verde muito claro as paredes do quarte pois ajudava a adormecer e a bem dormir.

optei pelos comprimidos embora ela tenha ficado um pouco contrariada.

até logo.

o Reverso disse...

nunca pensei que ao verde se atribuísse tanta propriedade calamitosa.
sinto-me incapaz de novas considerações sobre o tema tão exaustiva e sabiamente tratado.

no entanto, não há regra sem excepção, e passe a publicidade, acontece que o gel de banho que uso é verde e é de meu inteiro agrado. é da nívea e de seu nome "lemon & oil". macio, sedoso, de um agradável verde e com centenas de minúsculas bolinhas amarelas em suspensão.
aconselho.

não acha, estimada lizzie, que a nivea me devia pagar algum pelo que aqui deixo escrito? eu acho que sim...

Lizzie disse...

Oh Minha Coisa Mailinda:

Tu, de traje verde-azeitona viras logo insuficiente renal com toque de vesícula entupida.

O Coiso Mailindo J., esse,vira Capitão Spock exausto a ler mails naqueles computadores de letras verdes em fundo preto.

Credo!

Exige o público que bailarinos e atletas tenham cor saudável, embora, às vezes, não seja preciso exagerar:))

E, já sabes que de vez enquando acordo a cor do Diabo. Não se portem vossas mercês bem a ver se não enveneno e não há alface que vos cure.

Pela graxa, 50 pliés seguidos e sem repouso:))

Saudades.

Lizzie disse...

Frioleiras:

acho graça à história das cores. De certa forma é a explicação de muito do que nos rodeia na alma e no corpo.

Através delas e da sua mitologia, encontram-se muitas diferenças culturais entre os povos. São uma linguagem.
(Um vestido branco, uma luz cénica branca, no Japão tradicional, podem ser ofensivos, por ex.)

Para os estilistas,figurinistas, cenógrafos, desenhadores de luz,são uma dor de cabeça.

Pois eu gosto do livre e desafiador branco,do versátil preto, cinzento adoro, adoro,adoro,da infinita riqueza do azul (do claro, só no céu) e as outras, olha, depende da conversa que mantêem entre si (estou-me a lembrar da beleza do diálogo entre o sépia carregado e o azul miosótis no Gauguin).

Também gosto da ligação vermelho-verde (ambas em tom escuro), tão de tradição no traje britãnico, e a das voltas que a Vivian Westwood lhes costuma dar.

Bjs

Lizzie disse...

Arábica:

antes que me esqueça, a prosa que dediquei a Xô Dona Martha Graham, chama-se "Mirthless Martha" e tem data de 11-9-2007.

Depois adoro o verde culinário e beberário, desde que não seja licor. Abomino beberagem doce.

Essas verduras coentradas também tive ontem, no intervalo entre martelos,pregos, enxadas, pás, pincéis, vernizes num cenário verde.
Para quebrar, como não gosto de café e preciso de energia como toda a gente,virei-me, como qualquer handy-woman que se preze, para o castanho (cor infeliz, coitada) da Coca-Cola Light.

Estou partidinha de operária.

É raro vestir verde. Não é cor que me favoreça grande coisa além de, ao longe, parecer que não tenho pupilas.

Por acaso tenho uma manta inglesa vermelha e verde escoceses, daquelas que se utilizam para acalentar o corpo quando em pose estática em sofá ou viagem, que, dizem-me, me fica bem à pele e olhos.
O problema é que fico com impulsos de cantar o God Save the Queen, o que torna a ambiência, sobretudo se espanhola, dramática.

Por acaso tenho um relógio de cuco com um atrevido pássaro verde, que me lembra, de manhã, que são horas de erguer obrigatório e à noite me manda para a cama.

Mas enfim se, sendo verde, me lembrasse que estava no desemprego, seria um verde bem pior. Assim até faço conta que é azul.

Sobrou alguma coisa? Assim algum raminho de salsa a acompanhar uma salada?

Lizzie disse...

Estimado Triliti:

seria a sua médica accionista, porventura, da Robbialac?

Ou só adepta da contemporãnea cromoterapia?

Pois eu, se dormisse em quarto verde, mesmo claro, inventaria um blogue chamado Alcova dos Pesadelos Fatais.

Foi isso que tive, duas vezes seguidas que dormi num, num hotel, não digo em que país.

Naquele caso,era fácil imaginar-me dentro de uma azeitona, sendo eu o caroço.

Claustrofobia. O pouco que dormi, lembro-me, era interrompido por falta de ar.

E a ser posta dentro da boca de uma senhora que além de ter grande disseminação de herpes labial me disse que eu, imagine, ia morrer aos trinta e sete anos (aquilo foi o herpes que a fez baralhar a data)ou então que eu ia ser mundialmente famosa dez anos após a minha morte. E que depois logo lhe diria.
Ai Triniti, fiquei com pouca vontade de a ver outra vez, embora ainda, matemáticamente falando, lhe deva 50% de crédito.

O meu gel é comprado na farmácia em Espanha, azul e para peles secas, e quando o boto, a banheira transforma-se num lago cheio de nenúfares, o chuveiro numa cascata, as mosquitas em borboletas brancas, a pele vira seda, os pássaros em mirones angelicais alados...

Por acaso conheço umas pessoas ligadas à Nívea em Espanha. Vou-lhes falar de si a ver se pinga alguma coisa. É mais que justo! Justíssimo.

Lá em cima falei na Coca-Coca Light porque ando com a ideia fixa de os convencer a botar o nosso amigo Capitão Haddock ao lado do Menino da Lágrima no anúncio.

Os meus respeitos e agradecimentos, esperando que o longo aniversário tenha sido divertido.

Lizzie disse...

E Triliti,
já me esquecia: dizem que com uma infusão enjoativa de alface, salada ou sopa, é verde histérico que tira qualquer insónia.

Melhor que comer o verde da parede, não?

Arábica disse...

Lizzie,


pois muito contente fico com essas actividades aqui descritas de operária, pois que trazem ecos de dias criativos e (desta vez!) pouco sanguinários! :))

Já estou um bocadinho farta de saladas de frango, ainda que tb tenham pessego aos pedaços, e queijo de cabra à mistura, assim uma salada de frango a atirar para salada russa. :))

Com este calor, as mantas são-me pouco apelativas, mas tento visualizá-las em cenário verde de frio. Mas é preciso muita imaginação, acredita. :))

Nesta casa, arde-se em banho maria, lentamente.

Um destes dias, ainda acordo tostada de um lado e mal passada de outro. :))

Obrigada por me dares o paradeiro da Martha, a ver se vou beber um chá gelado com ela, hoje. Ou será que gosta de café? :)

Beijos e um bom dia para ti.

Arábica disse...

:(

Lizzie disse...

Arábica:

até tenho, ainda, a caixa das ferramentas aberta.

Ontem fiz uma cama de rede com uma dita, velhinha, de pesca. E é king size. E o cordame espesso tem uma cor linda, com algum, por acaso, matiz verde de alga bem oxigenada.

Por acaso os paus para segurar a rede têm umas cores maravilhosas e apesar de terem tido vivência marítima estão em excelente estado.

A manta que me impulsiona para o God Save the Queen não está cá.
Aqui tenho outra, que ontem usei porque na minha morada, à noite, faz frio. Resisti e não cantei o Rule Britannia. Não quis assustar, com a minha doce voz, o estado de quarto crescente da lua, até porque gosto dela cheia.

Cantasse eu e era vê-la fugir pelo universo fora. Não quero provocar tal desastre ecológico.

Uma vez adormeci na praia e fiquei com duas raças.))

Quanto a saladas, a modos que gosto mais dos ingredientes em separado. Cada coisa a seu tempo. Frango é frango, pessego é pessego:)

Lizzie disse...

Quanto ao Merce:

aprende-se tanto com o que se gosta como com aquilo com que não nos identificamos. Com o que não está na nossa natureza e rejeitamos.

No caso do Merce, uma coisa é o resultado do trabalho, aquilo que se vê no palco, outra são os métodos para lá chegar. A filosofia empregue. A escola.

É aí que eu fujo após os dez primeiros minutos. Problema meu, como é óbvio.
Mas acho que a dança é um pulsar dos sentidos mais interiores, mais profundos. Uma linguagem narrativa, ainda que de aparência abstracta. Uma forma de escrever sentimentos usando a mobilidade e a expressão do corpo. Escrevem-se movimentos com a tinta fabricada pela história da alma.

Não teria gostado de trabalhar com ele. Sentiria a tal alma enjaulada, presa à forma, sem o vulcão, adormecido ou não, do conteúdo.

Se calhar não sou política nem intelectualmente correcta.

De qualquer forma, foi um dos maiores inovadores e criativos coreógrafos do séc. XX. Sem ele muitas portas estariam fechadas. Muita coisa não se teria aprendido, mesmo por se sentir e praticar o tal contrário.

Foi a Martha Graham que o "ensinou", que lhe abriu as portas. De certa forma fechou-as e tornou-se o contrário dela.

E é com estes confrontos que a arte se mantém viva, inovadora, dinãmica.Enriquece.

Calhando ainda boto prosa sobre os tais complicadíssimos métodos.

Arábica disse...

Bota!

Este verão, conforme já se tinha previsto que poderia acontecer, a minha alfarrobinha desistiu do ballet. Fiquei um pouco admirada, achei demasiado cedo, tinham sido afinal apenas dois anos, ou melhor, de dança se tratando, dois dias. A ginástica acrobática arrebatou-a. Procuro agora perceber que outro caminho poderá ser levado "a dois", que lhe seja sedutor.

Sabes que só há poucos meses ofereci a minha "rede" por alegada falta de espaço? E tantas bolamas conheceu ela, atrás de mim, de varanda em varanda, sem nunca ter sido confiada a nenhuma parede!

Cordames são bons de trabalhar, ainda me lembro do ar admirado do meu mestre de cordame e nós, ao ver-me manejá-los com destria! :)
As coisas que os marinheiros de água doce são obrigados a fazer!
Perante um nó especialmente dificil com que o brindei, perguntou-me, como é que fez isso?
Ao que respondi, sincera: olhe que não sei, Mestre Zé, deve ser influências do crochet :))

Pior sorte, teve a manobra do homem ao mar. Por muitas circunferencias que o bote fizesse, não o conseguia retirar.
Coisas do destino.
E por bote, bota lá, vá.

Besos

Alien8 disse...

Lizzie,

Estou sem tempo, mas estou cá!
Por agora li a tua muito elucidativa resposta ao meu segundo comentário no post anterior, e concluí que as mulheres são o diabo :)))

Pronto, vou-me embora antes que apanhe com um prego em qualquer sítio e voltarei para ler e comentar!

Quero é deixar-te um abraço!

Lizzie disse...

Arábica:

dois anos na dança, e na idade da alfarrobinha, são uma eternidade.

Às vezes basta uma lição para se ver se há ali futuro ou não.

Claro as alfarrobinhas e os alfarrobinhos e respectivos familiares muitas vezes não percebem as considerações feitas pelos profissionais. Afinal até têm jeito,mas... é muito complicado. É preciso muito mais que o jeito. E durante toda a vida.

A outra fronteira está na adolescência. Tenho uma amiga que sofre pesadelos quando vai, como consultora, e tem que dizer tenho muita pena mas terá que ficar por isto ou aquilo. Sente-se uma assassina de sonhos.

Por acaso gosto de camas de rede. Tenho uma em cada morada e nenhuma de compra. Todas "recicladas". E versáteis: dão para inverno e verão. Além de para sono, dei-lhes formato apetitoso para leitura.

De nós não percebo ni hóstia, mas quando os dou, não desatam. Depois ouço ralhetes.

Vamos lá ver se arranjo um bocadinho para botar:))

besos

Lizzie disse...

Divino Alien:

a tua sorte é que o único objecto contundente que tenho aqui, é uma lupa antiga, grande e de ferro e não sei se o ecran ficaria inteiro se a arrojasse para aí...:)

Quanto a tempo, nem sei para onde me virar. Vou fazendo intervalos como este.
Como eu te entendo!

Obrigada por teres vindo.

O que não parte a pantalha de certeza é o também grande abraço que te mando. Vezes dois.

Arábica disse...

Lizzie,

a professora, aceitou com muita pena a desistência da alfarrobinha, que disse não querer continuar, preferir seguir apenas com a audácia das acrobacias.
Até porque, como sabes, era apenas numa perspectiva de lhe realizar o primeiro sonho de infância, de lhe dar prazer. Era uma vontade dela. E pelo que sei, de crianças (e não só!!), as vontades vão mudando, à medida que os horizontes se vão alargando.Cabe-nos dar a conhecer,
os vários mundos, nada mais.



Redes. Da minha, guardo memórias felizes dos risos das minhas filhas (é uma delas que a guarda agora). De tardes em que me hipnotizava de eucaliptos que dançavam, desengonçados. Embebedava de núvens. E acordava assarapantada (isto não deve estar bem escrito) com o meu cão, tentando subir para ficar ao meu colo.

Bom dia para ti, amanhã.
Eu espero que o meu seja o da liberdade :)) abaixo o gesso! abaixo o gesso! :))

Beijos

Alien8 disse...

Lizzie,

Pois fico mui sensibilizado por um post alusivo à minha fosforescência, que ainda por cima me faria ficar verde de inveja se por acaso os Aliens pudessem invejar os posts dos terrícolas (ou qualquer outra coisa:)

Como outras cores, o verde serve para tudo. Para o mal do veneno, para o bem da esperança...

Fico com Lorca: "Verde que te quiero verde..." - mas sou, obviamente, suspeito!

Já agora... naquele fadinho/canção que citaste, só mesmo os olhos castanhos se safavam. Se calhar é por se chamar "Olhos Castanhos" :)

Fiquemos com "The green, green grass of home" pelo inimitável Tom Jones (hehe!) e com sérias dúvidas acerca do que poderá ter provocado aqueda da bailarina russa...

Excelente, Lizzie.

Um beijo.

Lizzie disse...

Verdito:

só tu para te lembrares do Tom Jones!

Por acaso, há uns tempos fui buscar a "Delilah" para inserir num determinado contexto de batas às florinhas, em cena de mulheres sonhadoras, de aspirador nas mãos, nos anos sessenta.:))

E essa dos olhos castanhos parece-me graxa à maioria da população, neste caso, portuguesa. Na Suécia quere-me cá parecer que saíam olhos azuis.

Os olhos verdes estão sempre tramados:)) ele ora é o Diabo, ora a feiticeira. Espero que não haja verdade nenhuma nisto:))

Ainda bem que estás livre desses sentimentos terráqueos. Nas tuas observações, cá da vida deste planeta, já deves ter reparado que abundam. Na mitologia das cores é engraçada a atribuição de cores a sentimentos e mais engraçadas ainda as razões.

Lá iremos.

Por acaso não estás a insinuar que a bailarina do tutu verde tinha bebido vodka, pois não?

Obrigada e um grande abraço.

Alien8 disse...

Lizzie,

Começando pelo fim, nãaaaaooooo... na verdade, não tinha pensado nessa hipótese. Mais na de ela ter sido, digamos, projectada...:)

Tom Jones, o mineiro, esse mesmo. E a Delilah, deliciosa valsa de faca na mão (na liga não, que mineiro é mineiro, não é Rufus, hehehe!), cuja letra e musica conheço de cor e salteado, se calhar para minha vergonha, e até a tento cantar de vez em quando. "I saw the light on the night that I passed by her window... da da da da......:" :)

De acordo quanto aos olhos azúis no caso de um fado/canção nórdico :))

E tenho, de facto, apanhado expressões curiosas, ele é verde de inveja, vermelho de cólera, amarelo ou branco de medo, azul de tetracampeão heheheh! Uns pratos, estes terrícolas!

Um beijo.