terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quis o destino que esta que aqui vos escreve, tivesse lido algumas das muitas notas manuscritas de um actor espanhol ambulante e esquecido, depois de terem sido recolhidas, há alguns anos, no pequeno apartamento no bairro de Lavapiés em Madrid, onde o dito passou, sem descendência ou outra família,os últimos anos da sua longa e densa vida.

A história salteada de Pepén, devoto de Santa Catalina de Jaén


Já que imaginações gráficas de tal santa em forma de abadessa, abundavam nas paredes, como marcadores de livros e revistas, encimando até a mesa da cozinha.
Assim disse a polícia e demais entidades quando foram retirar o corpo inerte e nonagenário de Pepén, sem que a pneumonia que o matou pudesse ser condenada por homicídio, como o eram os criminosos dos milhares de livros policiais que se espalhavam pela casa.

Volta e meia, na sua letra miúda, percebe-se que ficou cedo órfão de pai e que a mãe casou de novo e que era mais ligada ao novo e despótico e agiota marido que ao filho, sendo este arrumado num colégio interno de preparação para o sacerdócio e que nas férias ficava moído de pancada pelo padrasto, com ajuda da mão pouco leve da mãe.




Um dia, ainda criança, fascinado pela magia de um teatro ambulante, meteu-se num dos camiões da caravana e só foi descoberto à chegada a Madrid, quando alguém foi desembrulhar os figurinos e as barbas do shakespiriano King Lear. Que se leia, nunca mais soube voluntariamente da vulcãnica família.


E por lá foi aceite como órfão sem abrigo com a ocupação mal paga de faz tudo.

Enquanto ia trabalhando, ia absorvendo o que mais gostava de absorver: as expressões faciais e corporais dos actores e os seus ajustes durante os ensaios, deixando, ao longo das notas escritas pela vida fora, um verdadeiro tratado empírico da arte.



Tornou-se protegido de um actor catalão e com ele entrou na actividade tão corriqueiramente social na altura de irse de putas. Por ele, ficamos a saber que as espanholas eram tementes a Deus e com regras profissionais bem definidas e que as francesas, em larga escala emigrantes para Espanha, eram mais obedientes ao Diabo e com léxico afrancesado inovador.

No pós-guerra deixou de recorrer a umas e a outras e tocante é a sua descrição de relações com viúvas que, durante e após o acto, choravam convulsivamente. Sem “ojo en ojo” , sem nome nem palavras, voltavam às suas vidas enlutadas com vingança no silêncio. São páginas trágicas de dolorosa empatia.



Durante a guerra, paradoxalmente, o teatro ambulante expandiu-se. Entre fome, mortos e feridos, o público queria, Espanha fora, fantasia. Por uma série de circunstâncias foi acusado de ser falangista por uns e republicano por outros.



Foi ferido numa perna e obrigado a disfarçar a dor em audições para companhias. Nessa altura já representava pequenos papéis. Começou a fazer de morto, de morto passou a moribundo e daí a vivíssimo.



Nas suas andanças, conheceu uma bailarina de Ballet Clássico de nome Rosa, nome que se vai repetindo por páginas e páginas, até às últimas, com descrições extasiadas da beleza da expressão das suas clavículas.

Através dessa sua paixão, só correspondida durante pouco tempo dadas as suas permanentes e "francesas" infedelidades (assume-se como putícon), interessa-se pela dança.

Pela forma, supôe-se que só no papel lhe dá conselhos. As frases começam sempre por “amor mío, lo he pensado que…”

Ele, actor do patético burlesco, escreve e escreve sobre a expressão do abandono, do dramatismo através do movimento.

Percebe que a dança é o teatro do corpo e do rosto. Reconhece-lhe a necessidade de interpretação quer em trabalho técnico quer em busca de sentimento interior. Aconselha equilibrio entre os dois. É muito mais que um mero exercício de habilidades físicas,e só está ao alcance dos grandes.



Outro minucioso tratado.

Está num estúdio a ensinar crianças a fazer expressões para a publicidade nacionalista do fulgor chocolateiro espanhol,


quando lê numa revista que Rosa vai viver para Lisboa, casada com um afamado médico português. A letra rasga-se em ódio. No papel, com nódoas que parecem de café e vinho, sente-se o calcar da violência do desgosto. A raiva da perda. A culpa. Transcreve a parte de uma copla em voga que se ajusta:

Rocío, ay mi Rocío
Te ofendo porque te ofendo
Y ahora te voy a matar
Pa que vayas aprendiendo


No meio de um outro caderno, com data muito mais avançada, um recorte de jornal colado, anuncia a morte de Rosa. Mais uma vez, comunica longa escrita com o seu “amor mio”, recordando os seus momentos de conjunta felicidade, agora já de aparência longa



aproveitando para lhe assegurar, para que parta descansada, suponho, que há algum tempo não tem “comercio carnal ni con putas ni con nadie” e mais alguns alívios de consciência que me escuso de contar por serem demasiado privados e por se citarem nomes. Haja algum respeito.

Depois, as dores na perna tiram-lhe a itinerância em palco fixo ou móvel. A perna torna-se um tronco rígido. As linhas tornam-se confusas, indecifráveis na tremura. Lá se vai percebendo que ganha a vida a emprestar a voz de barítono em dobragens e anúncios. Com outro nome.

De vez em quando em riscos de amargura lá volta a lembrar a aventura das suas errãncias, sem acerto em datas ou terras, não tivesse ele em Valencia ido de carro com o seu amigo M. para Valencia.



Os escritos pousam agora na mesa de um gabinete. Uma espécie de letra patrimonial viva, cedida por uns módicos oito dias, para que vidas cheias de sabedoria escondida não caiam no mutismo do esquecimento.


“o publico nunca deve pensar que está a ver um actor ou um bailarino, mas sim uma pessoa que lhe entrou, com o seu choro ou riso, pela sua sala de estar dentro, com o dom de contar a sua história."

Se a memória não me falha.



14 comentários:

Lizzie disse...

Antes de ter ido parar ao gabinete a que me refiro, já passou pelo de um cineasta, e por um de escritora.

Por enquanto, pediram-me que não revelasse o nome todo e verdadeiro da alcunha Pepén,que o acompanhou nos bastidores.

Esperemos que livro e filme lhe façam justiça.

Alien8 disse...

Uiiiiiiiiiii, Lizzie!

Vim aqui em má hora.
Sem tempo e com fome.
E sai-me logo "salteado" no título.
Ó tortura!

Vou tratar da vidinha e voltarei para comentar, não sei quando, mas sei como: de barriga cheia.

Entretanto, um beijo!

Arábica disse...

Lizzie,


Eu de barriga semi cheia, ainda, atrevo-me a ler-te, enquanto uma caldeirada de choco, se vai fazendo em lume brando, para lá das paredes...

Não sei se sabes, mas quando leio os teus posts sou sempre levada para esses mundos que me (nos) dás a conhecer...contigo aprendo sempre algo, vou sempre mais longe e a maior parte das vezes, emocionada, porque tu tens uma escrita profundamente humanista, onde o homem (ou a mulher) é escrito por dentro, pelas veias antes de chegar à sua expressão final, à flor da pele;
da sua paixão mais dramática à sua expressão facial, mais fria ou vice versa.

Admiro imenso esta tua capacidade.


Vou ler-te de novo.

Imaginação quê? ;)


Beijos

Alien8 disse...

Lizzie,

De novo por cá, segunda leitura, desta vez com mais calma e menos fome.

Pepén, devoto de Rosa, figura totalmente desconhecida para mim até há umas horas atrás. Agora quase posso dizer que a conheço bem, porque à tua forma de lhe contar e ilustrar a história e a vida não faltam, se me permites a paráfrase, ni putas ni nada !:)

Tens-nos dado a conhecer uma série de personagens que só poderiam mesmo ter saído do abstruso livro da vida, com palavras e imagens que esclarecem e emocionam, como acontece com este notável Pepén, tratadista porventura superior ao nosso bem conhecido Acrílico...

São histórias de encantar, mas com um travo amargo, um fio de tristeza que as percorre, como seria de esperar em vidas que, realmente, "estão além".

O mais disse-o a Arabica, e eu subscrevo.

Um beijo e um obrigado.

Lola disse...

Querida Lizzie,

Afastada por trabalhos e preguiça, volto com a alegria de te ler.

Conheço alguns Pepén, menos famosos e com menos história, mas que também morreram tristemente sózinhos.

E também lhes escutei as histórias de vida, quando me apareceram, maltratados a pedir conforto e o milagre de lhe tirar as dores nas pernas: "porque eu andava bem, fui atleta do Sporting..."

E estender a mão num carinho, e dizer, que apesar de não ser possível tirar-lhe as malditas dores, podemos sempre estar disponíveis para falar e ouvir.

E um monte de beijos grandes.

Lizzie disse...

Antes de mais temos

DICIONÁRIO

PUTICÓN- homem instável especialista nos cem metros barreiras cada vez que vê "um rabinho de saia", seja ou não prostituta.


e, já agora

ZORRA-mulher diletante especialista em salto em comprimento cada vez que vê um rabinho de calças.
O mesmo se aplica à designação de "francesa" mas aqui mais a dar para a viciada em sedução crónica de tudo e todos.

(foi esta prosa um pequeno momento de cultura geral)

Lizzie disse...

Saciado e calmo Alien:

O nosso amigo Acrilico, além da graça e do talento, não dá erros ortográficos. Pepén, disseram-me, dá quase tantos como eu.Compreende-se que eu não tivesse dado por nada.

Acho que toda a gente tem o seu quê de contável. Ninguém tem uma história ou uma personalidade planas, sem causas, consequências ou acidentes sejam eles bons ou maus.
O rapaz do Cola Cao é o mesmo que está na fotografia vestido de soldado ferido e bocarra aberta. Só a vida entre uma imagem e outra dava 20 posts.
Também a da cruxificada, ui,com tal tique de imitar gestos e pronúncias, tanto que nem Cristo escapou.:)dava imensos. Mas destes não vou falar.

Pepén foi vendo muitos mundos morrer. Outros, para ele estranhos,foram nascendo (ainda hei-de falar de um alemão patético-comovente ligado ao cinema mudo).

Para além das perdas da Rosa, viu morrer o teatro ambulante, de tão extensa tradição, em Espanha.
Não viveu até ao tempo da ressuscitação da prática.
E até, los putíclubs, sofreram alterações drásticas. E abandonou-os porque deixáram de ser sítios de "fornicación" ligada ao respeito e amizade para se tornarem lugares de comércio impessoal.(dava outro post)

E, para além disso, fez parte de um grande nº de pessoas e estrelas que foram completamente esquecidas com a chegada da democracia. Irónicamente,como foi o caso dele,
não simpatizantes em nada com o regime de Franco. Só agora Carmen Sevilla tem um programa na TVE para os dar a conhecer. Fazem parte da História.

E eu é que te agradeço em forma de abraço.

Lizzie disse...

Arábica de las setas fervientes en fuego morchéro (comeste-os todos?):

Ay coño, que cosas dices...

Sem que haja um coração a bater, um sangue a vadiar mesmo pelas vielas mais estreitas, não há pele que sobreviva.

E, para quem viaja, não há nada que melhor dê a conhecer as cidades, vilas, aldeias do que as vielas mais reconditas e, tantas vezes, mal iluminadas.

É por isso que gosto sempre de espreitar para o lado escondido das pessoas e das coisas. Mas com naturalidade, sem curiosidade mórbida nem julgamentos com pretensão ao divino.

As coisas são como são e através destas histórias aprende-se muito.
Tenho pena de não ter lido os cadernos todos. Não imaginas a revelação que é.

Imagina que no stand (lindíssimo edifício Arte Nova) onde o carro em que desloco lá foi comprado, é descrito por ele como um clube frequentado pela Ava Gardner e pelo Orson Welles, sempre que visitavam Madrid. Foi mais uma das coisas emblemáticas que ele viu morrer. E lamenta que já não haja o culto da "contemplación" das mulheres bonitas (pelos vistos o tal clube era um viveiro).

Se calhar tem a tristeza das pessoas que têm o dom de viver demais.

Besos de ervilhas com ovos, bem apuradinhas em lume brando e calmo.:)

Lizzie disse...

Lolita, patatita dulce:

Pois que basta olhar para o lado, frente e atrás para se ler nos olhos os gritos de solidão, coisa que não tem estatuto ou idade.

Ainda ontem quando saí do cinema, depois de ter ido ver o Estranho Caso de Benjamin Button,filme que, acho, vocemeceses iriam adorar e que tem muito a ver com o Pepén,vi vários a andar em passo lento para a morte solitária. Com a expressão descaída como a vida.

E pois, imagino o que sentem quando as dores nos membros outrora gloriosos lhes mostram, cara a cara, a impotência. Bem podem vir os Nifluris e outros que não há poções milagrosas para o retorno.

Se calhar, quando te contam as histórias, estão a vivê-las um bocadinho. Bem haja quem as ouça, coisa tão rara num tempo de pressa a mando da economia de produção surda.

Grande beijo.

Arábica disse...

Lizzie "mi gulosa de atentados à linha" :)


tal como tu, também gosto do conhecer por dentro, do desvendar do mistério de um sorriso ou de uma forma de olhar. Ou de encontrar num personagem de cinema ou de livro (que fique bem registado onde a gosto de desvendar)a paixão que um dia levou alguem a dizer ai que te mato quando se sentiu morrer (de alguma forma).

Por isso, te leio sempre deslumbrada, despida de conceitos ou de juízos de valor em relação aos retratados (embora depois, por vezes, acabe por incorporar alguns deles na imagem final).

Quanto à solidão, minha querida, em Lisboa abundam portas entreabertas de solidão e muitas vezes, já encerradas para sempre, sem qualquer chave que as possa de novo abrir. O mundo muda rápido demais para quem não tem uma familia como fio condutor, ou mão que os guie...

Há uns anos atrás, quando me reformei e comecei a acompanhar mais a minha mãe, custou-me imenso essa visão realista dos nossos velhos (e por vezes ainda não tão velhos asssim), doeu-me a sua expressão de desamparo, doíam-me as codeas que levavam num saquinho para o lanche, para o intervalo das consultas, para o banco do jardim.

Dói a precaridade em que vivem, o silêncio a que um dia entregaram a alma. Tudo isso se sente e se intui. Tudo isso acaba por fazer parte das nostalgias que trazemos ao fim de um dia para casa. Caso não tenhamos medo de sentir. Caso entabulamos conversas com eles.

E muitos são, os que sem qualquer razão valida (vão arranjando pequenas desculpas para meter conversa), chegam até nós...

Nunca consegui ser indiferente a eles. Nunca consegui não sorrir e dar algum alento.
Nunca consegui, em dia algum, não trazer comigo, na mala e na alma, algum desse sofrimento conformado a uma porta, uma pequena porta entreaberta, que pela fresta me deram a conhecer.


Deve ser por essa mesma razão, que quando vejo um filme, tenho tendência a esquecer o nome do actor...em mim ficou o registo de uma vida...


Recatadamente me curvo às imaginações graficas aqui expostas.


Beijinhos de empada de frango com pimento vermelho :)

Anónimo disse...

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